A Petrobras vai vender as plataformas semissubmersíveis P-7 e P-12, instaladas nos campos de Bicudo e Linguado, respectivamente, ambos na Bacia de Campos. A petroleira está paralisando a produção dos dois sistemas, e as plataformas devem deixar a locação somente em 2018. Os campos sofreram impairments de R$ 937 milhões e R$ 1,91 bilhão, respectivamente, no balanço financeiro do quatro trimestre de 2015.
A P-07 foi construída na Finlândia em 1977 e instalada no campo de Bicudo em fevereiro de 1986, em lâmina d’água de aproximadamente 200 m. O primeiro óleo foi registrado em junho de 1988. A unidade possui um total de 20 poços produtores, sendo seis atualmente em produção, nove fechados temporariamente e cinco fechados temporariamente e desconectados da unidade .
Também fazem parte do sistema de produção comandado pela P-7 dois manifolds submarinos de produção (MSP-BI-A e MSP-BI-B) e um manifold submarino de gás lift (MSGL-BI-1). A unidade não possui poço injetor ou poço com bomba centrifuga submarina submersa (BCSS). O último poço a ser interligado à P-07 foi o 4-PM-53-RJS em agosto de 2011.
Todo o petróleo produzido na P-07 é escoado por um oleoduto de 8”/10” de diâmetro até a plataforma P-65 (por meio do oleoduto de P-07/PCE-1- plataforma de Enchova e/ ou via oleoduto P-07/P-65), para tratamento e descarte da água produzida, não possuindo sistema de estocagem de petróleo.
“A Petrobras irá transferir a propriedade da plataforma P-07 para o licitante vencedor do leilão no local em que ela se encontra, por meio do Recibo de Entrega e Aceitação no qual o licitante vencedor se compromete a observar a legislação aplicável, especialmente as marítimas e ambientais, para a movimentação da plataforma, que será por conta do vencedor do leilão, após a assinatura do recibo”, diz documento da Petrobras a que Brasil Energia Petróleo teve acesso.
A plataforma P-12 iniciou sua operação em 1983 no campo de Badejo, com atuação também nos campos de Linguado e Trilha, todos situados na Bacia de Campos. Localizada a 100 km da costa, em lâmina d’água de 100 m, a unidade possui atualmente três poços injetores / produtores de gás, todos equipados com Árvore de Natal Molhada. Existem ainda três manifolds submarinos de produção (MSP-BD-1, MSP-LI-1 e MSP-LI-2) e um manifold submarino de gás lift (MSGL).
Na produção, o gás proveniente dos três poços produtores / injetores (utilizados para produzir ou armazenar gás de acordo com a demanda de mercado) passa por um vaso vertical onde ocorre a separação da parte líquida, direcionada para a planta de óleo e a parte gasosa, direcionada para a sucção no turbocompressor, onde é comprimida e enviada para o gasoduto de P- 12 – Terminal de Cabiúnas.
“A P-12 permanecerá ancorada na atual localidade aguardando as operações definidas por sua nova proprietária. A operação de desancoragem da unidade será realizada pela Petrobras. Durante a operação de desancoragem, os rebocadores da nova proprietária da unidade de P-12 já deverão estar na locação para assumir o reboque e guarnição da unidade. Após a finalização da operação de desancoragem, a nova proprietária terá o compromisso de transportar a plataforma obrigatoriamente para fora do território nacional, dando-lhe destinação ambientalmente correta, nos termos da legislação aplicável”, diz documento da Petrobras.
A venda das plataformas faz parte da estratégia da Petrobras de otimizar os sistemas de produção da Bacia de Campos. Em janeiro, o investidor estrangeiro John Lamb venceu a licitação internacional para a venda da plataforma P-34, primeiro FPSO a produzir no pré-sal no Brasil. O investidor pagará US$ 3,1 milhões pela unidade, que atualmente está docada no Estaleiro Renave, na Baía de Guanabara.
Mesmo não atingindo o valor de reserva, a diretoria da Petrobras optou por aprovar a proposta de compra feita por Lamb. Concorreram com ele na licitação a Natehk Shipping e a Alfa Ship Trading, que cotaram a unidade em US$ 2 milhões e US$ 675 mil, respectivamente.
Em maio, a Petrobras lançou edital para venda da P-27. A unidade será leiloada no dia 26 de julho, em Macaé (RJ), e o lance inicial mínimo é de US$ 1 milhão. As companhias têm até 26 deste mês para visitar a unidade e até 19 de julho para se inscreverem na concorrência.
A P-27 começou a operar em 1998 e foi responsável pela produção nos campos de Voador e Brava, na Bacia de Campos. A unidade, que tem capacidade para produzir 50 mil barris/dia de óleo, foi descomissionada em dezembro de 2013.
O contrato de construção da P-27 foi fechado entre a Petrobras e o consórcio Fels/Odebrecht em março de 1996, pelo valor de US$ 110 milhões. Na época da desativação, a plataforma produzia apenas 1,2 mil barris/dia de óleo e 27 mil m³/dia de gás.