A Petrobras poderá investir mais do que o previsto este ano, segundo o diretor financeiro da companhia, Almir Guilherme Barbassa. A estimativa inicial era de investimentos de cerca de R$ 61 bilhões, mas como a estatal encerrou o primeiro semestre com dispêndio de R$ 32,8 bilhões, valor 6% acima do empregado em igual perãodo de 2008, é possível que o montante original seja revisto para cima. Barbassa disse que nesse semestre a empresa realizou contratações de equipamentos (sondas) que não estavam previstas. O principal motivo para o investimento excedente foi que o preço de aluguel desses equipamentos baixou em decorrência da crise econômica global.
Já ultrapassamos a metade do investimento previsto. Como o segundo semestre é mais aquecido em relação ao primeiro, é possível que essa meta seja superada, disse Barbassa.
A Petrobras encerrou o primeiro semestre do ano com lucro líquido de R$ 13,5 bilhões, o que representa redução de 20% sobre o verificado em igual perãodo de 2008, quando o lucro líquido esteve em R$ 16,9 bilhões. No segundo trimestre, o lucro líquido foi de R$ 7,73 bilhões, alta de 33% sobre o ganho dos três meses anteriores (R$ 5,8 bilhões).
Houve dois fatores que influenciaram no resultado, mas que, segundo Barbassa, compensaram um ao outro. O primeiro foi que ocorreu efeito da desvalorização do dólar frente ao real sobre os ativos da empresa no exterior. O segundo foi a redução de estoques de petróleo que estavam precificados em valores antigos, quando o barril estava em alta.
A produção de petróleo da empresa cresceu 6% no primeiro semestre a 2,503 milhões de barris diários. No segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre, a produção cresceu 2% (2,524 milhões de barris/dia) no total e 1% (2,283 milhões de b/d) no mercado interno.
O aumento da produção, segundo a Petrobras, deveu-se à entrada em operação das plataformas P-51 (Marlim Sul), P-53 (Marlim Leste) e do navio FPSO Cidade de Niterói. Além disso, houve a expansão da produção das plataformas P-52 e P-54 (ambas em Roncador).
As despesas operacionais no segundo trimestre ficaram em R$ 6,09 bilhões, queda de 5% em relação aos R$ 6,59 bilhões do trimestre imediatamente anterior. Essa queda também foi impactada por uma redução no número de poços secos que temos encontrado, disse. No semestre, contudo, as despesas aumentaram 12% e atingiram R$ 12,6 bilhões.
A receita líquida da estatal no semestre ficou em R$ 87,2 bilhões, redução de 15% em relação aos R$ 102,7 bilhões de igual perãodo do ano passado. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) do semestre foi de R$ 30,9 bilhões, queda de 6% frente ao apurado em igual perãodo de 2008 (R$ 32,8 bilhões). Já o Ebitda do segundo trimestre de 2009 apresentou avanço de 30% sobre o desempenho do primeiro trimestre – saiu de R$ 13,4 bilhões e foi para R$ 17,5 bilhões.
O resultado financeiro da Petrobras no primeiro semestre ficou negativo em R$ 3,310 bilhões, alta de 77% sobre os R$ 1,870 bilhões negativos dos seis primeiros meses de 2008. No segundo trimestre, o resultado financeiro foi de R$ 2,461 bilhões negativos, aumento de 190% sobre os R$ 849 milhões negativos do trimestre imediatamente anterior. O resultado financeiro foi basicamente impactado pela apreciação do real frente ao dólar, completou Barbassa.LUCAS VETTORAZZO)