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Clippings - 21/08/09

Obras no porto de Itajaí estão paralisadas e movimento cai 34%

As obras de recuperação do porto de Itajaí, parcialmente destruído na enchente que atingiu Santa Catarina no fim de 2008, ainda não foram feitas e a movimentação de cargas no local até julho registra queda de 34% em relação ao mesmo perãodo do ano passado.
Antes da enchente, o porto era o segundo do país em movimento de contêineres. Com as chuvas, 500 metros do cais foram destruídos e houve desvio das cargas para Paranaguá (PR). A administração do porto de Itajaí diz que já há consequências para a economia da cidade, de 163 mil habitantes.
Além da enchente, a queda no movimento é reflexo da crise econômica e da inauguração de outro terminal privado na região, de acordo com a superintendência do porto.
O atraso nas obras ocorre devido a entraves burocráticos na liberação de verbas do governo federal. Inicialmente, a União autorizou o repasse de R$ 350 milhões para a reforma.
O projeto de recuperação que foi licitado, no entanto, estabelecia menos melhorias do que seria necessário. Após a licitação, foi pedido um aditivo ao valor que o governo federal se propunha a pagar. O Tribunal de Contas da União não aceitou e as obras foram paralisadas.
A superintendência ainda tenta convencer o tribunal a autorizar o acréscimo ao pagamento. O governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), porém, disse que será preciso fazer uma nova licitação, o que vai ampliar o atraso. Também foi cogitada a possibilidade de o Exército assumir as obras.
Segundo a direção do porto, 25 mil contêineres estão deixando de passar pelo local a cada mês. A estimativa é de uma perda de R$ 320 milhões em cargas. Ainda não há um ranking atualizado dos portos com o movimento deste ano, mas a direção estima uma queda de várias posições.
O superintendente do porto, Antônio Ayres, diz que todo o município acaba afetado, já que 70% da economia local é ligada à atividade. Em cadeia, está tendo uma queda total na nossa economia, desde o borracheiro que arruma caminhão até postos de gasolina, restaurante e supermercado, afirma.
A Secretaria dos Portos do governo federal informou que já se reuniu com ministros do TCU para defender o aditivo ao pagamento e que fez tudo que estava em sua alçada.
O tribunal diz que deve haver uma decisão sobre o processo até a próxima semana. Os documentos já terminaram de ser analisados pela secretaria de obras e serão encaminhados ao ministro relator.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em visita à cidade em junho, criticou o atraso. Não é possível. Eu já estava pensando que eu vinha aqui inaugurar [a obra] e ela ainda tem problemas, disse. Nas cheias de novembro de 2008, 135 pessoas morreram em SC.
Os arredores do porto ficaram assoreados e passaram por dragagens –só agora a profundidade voltou ao nível normal. (Folha Online – 20/8/2009)