A indústria naval é o primeiro setor global a fechar um acordo amplo de corte de emissões de gases de efeito estufa. As empresas de navegação vinham resistindo a adotar metas para reduzir sua contribuição ao aquecimento global, mas, pressionado, o setor resolveu agir e finalmente fechou um acordo dentro da Organização Marítima Internacional (OMI) aprovando regras que obrigarão à redução do consumo de energia em navios com mais de 400 toneladas construídos a partir de 2013. Vinha sendo cobrado do setor o seu impacto nas emissões globais. Estima-se que a navegação seja responsável por cerca de 4% das emissões mundiais, com perspectiva de chegar a 12% em 2050, se nenhuma ação for promovida. A União Europeia já anunciou que, depois das companhias áreas, incluirá as companhias de navegação em seu Esquema de Comércio de Emissões.
Os navios acima de 400 toneladas produzidos a partir de 2013 deverão apresentar uma eficiência energética 10% em relação aos níveis atuais. Essa porcentagem passará para 20% entre 2020-2024 e para 30% depois de 2024. A expectativa é de evitar as emissões anuais de 50 milhões de toneladas de gases do efeito estufa a partir de 2020. Países em desenvolvimento, como a China, Brasil, Arábia Saudita e África do Sul, conseguiram um prazo de seis anos e meio para se adequar ao novo regulamento, e a medida só entrará em vigor em 2019. Apesar de o setor ter saído da sua posição defensiva, como a medida só se aplica a navios novos, seus impactos só serão sentidos depois de um longo perãodo. Por isso mesmo não deve agradar à Comissão Europeia.