Para garantir o abastecimento na próxima entressafra e incentivar o crescimento, governo federal começa a interferir no mercado.
O Brasil precisa dobrar a produção de etanol para atender a demanda até 2020. Para garantir o abastecimento na próxima entressafra e também incentivar o crescimento, o governo federal começou a interferir no mercado.
No ano passado, o país produziu 27,5 bilhões de litros de álcool. Nesta safra, a produção será de 23 bilhões e 600 milhões de litros, queda de 14%. Por outro lado, a venda de carros flex no brasil continua crescendo em média 35% ao ano. Com menor produção e maior demanda, o preço do combustível subiu nos postos.
Na tentativa de diminuir o problema, o governo federal adotou algumas medidas. A primeira foi a redução da porcentagem de álcool anidro misturado à gasolina, que passou de 25% para 20%. O objetivo é aumentar a oferta do produto no mercado.
O problema foi discutido em Sertãozinho por representantes do setor sucroalcooleiro. “Nós já vínhamos produzindo mais anidro ao longo da safra, fazendo importações e agora com a redução da mistura de 25% para 20%, nós temos certeza que não haverá problema de abastecimento nesta entressafra”, afirma o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Marcos Jank.
Para atender à demanda, o setor vai precisar duplicar a produção de etanol nos próximos anos. “Nós esperamos conseguir junto ao governo definir uma política que permita um crescimento da nossa indústria em 100 a 150 novas unidades produtivas até 2020”, diz Marcos Jank.
O chefe do departamento de Biocombustívies do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) disse que há linhas de crédito para este fim. “A expansão da capacidade via usina nova ou ampliação de projetos já existentes é o predominante na nossa carteira”, conta o representante do BNDES Carlos Eduardo Cavalcanti.
Para os representantes do setor, apenas os financiamentos não são suficientes, também é preciso um programa de crescimento específico para o mercado. “E preciso achar uma forma de alinhar um pouco isso para permitir a montagem de um programa de etanol de longo prazo para o Brasil e de sobras para a exportação desse produto”, afirma Ismael Perina Júnior, presidente da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil).