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Clippings - 23/07/12

Modal ferroviário aumenta espaços

Depois de décadas de predomínio absoluto dos caminhões, a matriz de transportes das cargas que chegam ou saem do Porto de Santos começa a mudar. Em 2011, o modal rodoviário ainda liderava amplamente, respondendo por 69% da circulação das mercadorias, contra 24% da estrada de ferro e 7% das dutovias.

Dentro de mais algum tempo, esses números certamente serão outros, já que grandes investimentos estão sendo feitos por concessionárias e empresas privadas, para aumentar a participação dos trens na logística de transportes do cais santista.

Como A Tribuna mostrou em recente reportagem de Fernanda Balbino, a obra principal, a cargo da ALL e da Rumo, é a duplicação do trecho da linha férrea entre Perequê e Cubatão, a ser concluída em outubro, representando a primeira parte do trajeto entre Santos e Campinas, e daí se interligando a todo o interior do Estado e a outros Estados brasileiros.

Só nessa etapa estão sendo gastos R$ 29 milhões. Outra iniciativa de fundamental importância, sem a qual seria impossível aumentar sensivelmente o volume de cargas no sistema, e esta sob a responsabilidade da MRS Logística, é a compra de uma megalocomotiva, a mais potente do mundo, que viabilizará as operações na Serra do Mar, entre as estações de Paranapiacaba, no Planalto, e Cubatão, na Baixada Santista.

Só o custo desse equipamento será de R$ 130 milhões, mas ele permitirá uma movimentação de cargas quatro vezes superior à atual. Tudo isso constitui um retorno à racionalidade no transporte pesado.

A partir do surgimento da indústria automobilística nacional, há cerca de meio século, deixou-se sucatear o modal das ferrovias, e toda prioridade passou para as estradas de rodagem.

Foi um erro, já que o trem possibilita fretes mais baratos, oferece maior segurança e, movido a eletricidade em alguns casos, não é poluente, pois não emite gás carbônico.

Muitos anos se passaram para se perceber o equívoco cometido, e os prejuízos por ele trazidos à economia do País.

A privatização do setor, na década de 80, foi o marco do processo de recuperação que agora vai se ampliando, no sentido de que, com a modernização dos trilhos, do material rodante e de toda a parafernália de controle, o trem volte a ocupar uma posição de destaque no transporte de cargas no Brasil.

É assim que acontece no mundo inteiro, sobretudo em países com territórios de extensão continental, como o nosso, e nos quais aos caminhões está reservada uma relevante presença complementar. Com mais trens, o número de carretas nas estradas diminuirá, melhorando o trânsito rodoviário e causando menos poluição.

É outro elevado ganho adicional, donde os empreendimentos em curso devem ser considerados como avanços dos mais significativos, restando apenas esperar que se consumem nos prazos previstos e na total dimensão em que foram planejados.