O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Tiago Lima, anunciou, durante a abertura da nona feira de navegação Navalshore, no Rio, que portos estão sendo autorizados a usar áreas disponíveis para suprirem a falta de estaleiros, com trabalhos de montagem, seja de módulos para plataformas ou navios.

Disse que isso ocorre mais no Norte e no Nordeste, embora uma parte do Porto do Rio tenha sido cedida para operações da Petrobras. Explicou Lima que, assim, o governo sinaliza que tudo fará para garantir cumprimento de prazos de construção, seja em relação a encomendas da Petrobras ou de outros empresários.

O vice-presidente do Sindicato dos Armadores (Syndarma) e presidente da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam), Ronaldo Lima, declarou que tanto

a cabotagem como a navegação de apoio a plataformas continuam a apresentar evolução acima da média. Lima agradeceu apoio do presidente do Sindicato dos Estaleiros (Sinaval), Ariovaldo Rocha, na negociação com o governo para inclusão da navegação entre setores que passaram a contribuir para o INSS com 1% do faturamento – o que mostra as boas relações entre armadores e dirigentes de estaleiros, no momento.

O diretor da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Clayton Campanhola, lembrou que nesta quinta-feira o programa Brasil Maior, lançado pelo governo para estimular a economia, completará um ano.

Disse que a iniciativa é um sucesso e comentou que um pequeno número de empresas não se beneficiou, pois, como exerciam excessivamente a terceirização, não lhes foi favorável passar a contribuir pelo faturamento. Declarou que o Brasil Maior mostra esforço do governo para reduzir o custo pago pelo empresariado para produzir.

O vice-presidente do Sinaval, Franco Papini, ao defender o conteúdo local, lembrou que a destinação de obras ao mercado interno não é positiva apenas na geração de renda e avanço tecnológico, como faz com que os trabalhadores levantem a cabeça e exerçam plenamente sua cidadania.

O dirigente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval (Abenav), Augusto Mendonça, elogiou o ingresso de produtores estrangeiros de peças navais, pois, além de permitirem ampliação do conteúdo local,

trazem tecnologia e ampliam a competitividade da cadeia da construção naval. O superintendente-executivo da Caixa, Antonio Gil, afirmou que, na Navalshore, a CEF não

queria apenas fazer negócios com empresários, como estava de olho em suas operações como pessoas físicas.