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Clippings - 16/08/12

BNDES deve financiar até 40% de recursos para portos

Os investimentos nos portos brasileiros entre 2012 e 2016 devem somar cerca de R$ 19 bilhões, sendo que entre 30% e 40% desses recursos devem ser financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Atualmente, cerca de 25% dos recursos que disponibilizamos para logística são para o setor portuário, disse Dalmo Marchetti, gerente de Logística e Infraestrutura do BNDES, que participou na última terça-feira do Santos Export 2012, evento que foi realizado realizado no Guarujá.

Segundo ele, o maior desafio do setor é o acesso a financiamentos. Na parte classificada como supraestrutura, na qual se incluem os terminais e onde a presença do setor privado é mais forte, Marchetti disse que isso está mais azeitado. Já na parte de infraestrutura, que inclui por exemplo a dragagem dos portos e que está sob administração de autoridades portuárias públicas, a capacidade de investimento é mais restrita. As duas deveriam andar em paralelo, mas o setor financeiro como um todo não consegue se inserir muito na infraestrutura, afirmou, ressaltando que todo crédito é concedido com base em capacidade financeira de pagamento.

Para avançar, Marchetti defendeu mais autonomia para as autoridades portuárias na definição das tarifas cobradas. A capacidade de formação de tarifas tem que ser compatível com os custos para que a autoridade portuária tenha mais capacidade de investir, disse. Ele também criticou o que considera uma sobreposição de poderes que existe entre o Conselho de Autoridade Portuária (CAP) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que engessa os gestores dos portos e, consequentemente, sua capacidade de viabilizar investimentos.

Segundo o gerente do BNDES, a previsão da demanda nos portos nos próximos 15 anos deve dobrar a pressão nos modais ferroviários e hidroviários no acesso aos portos. Isso exigirá investimentos não apenas dos concessionários privados, mas também das autoridades portuárias. É preciso se fazer um esforço muitíssimo grande nos acessos aos portos.

Marchetti defendeu ainda o desenvolvimento dos portos secos para desafogar a área do porto para o recebimento de mercadorias. Os portos secos têm papel relevante no desenvolvimento portuário à medida que as áreas de portos secos no interior poderão desafogar as áreas primárias para o movimento de novas mercadorias.

Marchetti disse que está em fase final o estudo que o BNDES encomendou no ano passado à consultoria Booz Allen Hamilton sobre o setor portuário. Apesar de ainda não ter data prevista para ser divulgado, ele disse acreditar que isso ocorra ainda este ano.