O britânico BG Group acredita que o Brasil representará um terço de toda sua produção de petróleo no mundo todo até 2020, afirmou nesta quinta-feira (20) o presidente da subsidiária brasileira, Nelson Silva.

Segundo o executivo, a empresa deve extrair em oito anos, nos campos que atua no país, a mesma quantidade de petróleo que é produzida no Mar do Norte. Se isso realmente acontecer, o montante iria de 30 mil barris diários, como é hoje, para 600 mil barris por dia em 2020.

Os quatro blocos em que o BG Group tem participação no Brasil ficam têm operações em águas ultraprofundas e são todas controladas pela Petrobras. O BG tem fatias de 20% a 30% em cada bloco. “O pico da produção nos campos deve atingir o mesmo que o Mar do Norte”, disse Silva.

O Mar do Norte está localizado entre a península escandinava e as ilhas britânicas, ao norte da Europa. Em 2000, quando atingiu o máximo de sua produção, a estimativa era de 6,4 milhões de barris diários extraídos na região.

Enquanto no passado as reservas de petróleo no Mar do Norte eram o maior desafio das empresas do setor, agora os campos brasileiros são a próxima fronteira na extração

da commodity. O BG tem apenas uma pequena parte deste negócio, já que o governo controla mais de dois terços do pré-sal, que ainda precisa ser explorado.

Mas o Brasil será “de longe” o país mais importante nas operações da companhia britânica até 2020, garantiu o executivo. Ele afirmou que o grupo está preparando um plano de alocação de recursos “multibilionário” que pode tornar a empresa a maior investidora estrangeira no Brasil no fim desta década.

Silva, porém, se recusou a dar valores específicos, e lembrou que o BG já investiu US$ 5 bilhões desde que iniciou suas operações brasileiras, em 1994. O presidente da

subsidiária também elogiou o anúncio da 11ª rodada de licitações de petróleo no Brasil: “podemos descobrir muito mais, por isso estamos tão animados com os leilões”.