Petroleiras reportaram à Organização Internacional dos Produtores de Petróleo (OGP) 6.996 casos de derramamento de óleo em 2011. Do total, 3.035 – ou 57% dos eventos – envolveram o vazamento de mais de um barril, totalizando 15.867 toneladas de óleo, o que resultou em uma média de 7,9 toneladas de óleo derramado por milhão de toneladas produzidas – taxa 75% superior à registrada em 2010.
Os números foram apresentados no relatório “Indicadores de Desempenho Ambiental 2011”, publicado pela OGP em outubro, que apontou ainda uma elevação na média de casos de derramamento de óleo por milhão de toneladas de hidrocarbonetos produzidos, passando de 1,4 em 2010 para 1,5 no ano passado. A taxa é maior no caso das atividades de E&P onshore, que responderam por 84% do total de vazamentos registrados em 2011.
O estudo ressalta que 90 derramamentos envolveram o vazamento de mais de 100 barris, sendo 63 deles em operações onshore, sete offshore e 20 em locais não especificados. A maior parte dos incidentes foi ocasionada por erro do operador ou técnico. Falhas nos equipamentos, corrosão e problemas ocasionados por terceiros (sabotagem, roubo ou vandalismo) estiveram entre as demais razões para os acidentes.
Emissões aumentam
A pesquisa apurou também dados relativos a emissões de gases, consumo de energia, queima no flare, e descargas aquosas e de fluidos de perfuração não aquosos (NADF, na sigla em inglês). O levantamento identificou que as emissões de metano (2,6 milhões de t) aumentaram 6% em relação a 2010 e as de óxidos de nitrogênio (864 t), 3%. Já as emissões de CO2 e SO2, que totalizaram 289 milhões de toneladas e 364 mil toneladas respectivamente, permaneceram estáveis.
Quanto ao consumo de energia, o estudo informa que as petroleiras consumiram uma média de 1,6 Gigajoules por tonelada de hidrocarboneto produzido, o que representa um aumento de 7% em relação a 2010. Como em anos anteriores, os dados mostram que a produção onshore segue mais intensiva em energia do que a offshore.
Em 2011, 15,7 toneladas de gás foram queimadas no flare para cada mil toneladas de hidrocarbonetos produzidos, contra 16 toneladas em 2010 e 17,6 em 2009. As reduções nas últimas médias se devem principalmente a projetos de melhoramento de infraestrutura que vêm ampliando a capacidade de injetar o gás para desenvolver as reservas ou de entregá-lo aos mercados consumidores.
No que se refere a descargas aquosas, o relatório da OGP afirma que, para cada tonelada de hidrocarboneto produzido em 2011, 0,5 tonelada de água produzida foi despejada e 1 tonelada de água produzida, reinjetada em poços. Na comparação com 2010, a concentração média de óleo por tonelada de água produzida despejada – que, em 2011, ficou em 8,1 mg/l, no caso de descargas onshore e 12,2 mg/l no offshore – foi reduzida em 10%.
Já em termos de descargas de fluidos de perfuração não aquosos, o relatório registrou o despejo de 35.481 toneladas em operações de perfuração.
Participaram da pesquisa 41 companhias atuantes em 75 países, entre elas a Petrobras. Segundo a OGP, as informações registradas representam a produção de 2,221.462 bilhões toneladas, cerca de 32% das vendas associadas à produção global de 2011. O relatório pode ser acessado em http://www.ogp.org.uk/pubs/2011e.pdf .