As encomendas da Petrobras para o pré-sal transformaram-se em uma verdadeira corrida contra o tempo. Só para a encomenda das 33 sondas da Petrobras, serão necessários investimentos de, ao menos, R$ 9,2 bilhões.
Do total, cerca de R$ 6 bilhões virão de financiamentos via Fundo da Marinha Mercante — que ainda não foi liberado. Dos sete estaleiros que vão construir as sondas, quatro estão apenas iniciando as obras e dois passam por ampliações, necessárias para poder atender à estatal.
O setor enfrenta ainda outro desafio: a falta de qualificação da mão de obra. Segundo o Sinaval, o sindicato do setor, até 2013 serão necessários mais 25 mil trabalhadores nos estaleiros. Um exemplo desse gargalo no setor é a questão da demora do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) na entrega dos 22 petroleiros encomendados pela Transpetro em um pacote de R$ 7 bilhões.
Apenas o João Cândido, o primeiro de um lote de dez navios tipo Suezmax encomendados por R$ 2,75 bilhões, tem atraso de um ano e meio. Segundo a assessoria de imprensa da Transpetro, o navio deve estar pronto em abril.
O petroleiro deveria ter sido entregue em setembro de 2010, mas até hoje, depois de sucessivos adiamentos, continua no estaleiro. A renegociação que o EAS terá que fazer envolve dois pontos básicos: a multa prevista em contrato por atrasos e o encarecimento do financiamento bancário do projeto – consequência da demora na entrega dos navios.
Em entrevista ao jornal Folha de SP, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, falou que, a questão dos estaleiros é preocupante. “Todos os estaleiros me preocupam, até os que têm tradição, porque vão ficar lotados”, afirmou.