Projetos de energia e mineração no Brasil e Peru impulsionam mercado.
Os operadores de navios heavy lift estão apostando nos mercados da América do Sul, com a grande gama de projetos de mineração, geração de energia e setor offshore nos países da região, conforme o Lloyd`s List.
A percepção do setor é especialmente positiva sobre o Brasil, que emergiu da crise com crescimento de mais de 9% nos primeiros três meses deste ano. Na costa oeste da América do Sul a confiança voltou aos mercados-chave, incluindo os projetos de mineração do Peru, com retorno dos volumes de mercadorias pesadas.
Segundo o presidente da Beluga Shipping, Niels Stolberg, a América do Sul não foi afetada pela crise econômica na mesma intensidade que outras regiões. O Brasil, por exemplo, tem uma grande demanda interna de aço, que o ajudou a superar a recessão neste setor. O mesmo aconteceu com a indústria da energia, afirma o executivo.
Dois dos maiores investimentos em minério do Peru, Quellaveco e Michiquillay (este da Anglo American), devem gerar cada um até 150 mil toneladas de carga. O Peru é uma história muito diferente do resto do continente, graças à enorme variedade de minerais no país, diz o diretor de desenvolvimento de negócios da BDP Projects na América Latina, Arndt Droegemueller.
O país registrou taxas de crescimento econômico de 9,8% no ano passado, 8,9% em 2008 e 7,7% em 2007, números que salientam a importância do país como uma fonte de minerais para o mundo.
Turbinados pela expansão do segmento de carga heavy lift nesses países – ao qual se junta a Colômbia – os armadores estão disponibilizando mais tonelagem para a região. A Beluga tem investido fortemente em novas embarcações dedicadas ao comércio entre os EUA, Europa e América Latina. Sua nova série P2 de navios está servindo o Brasil e a Argentina à medida que a empresa pretende obter alguns dos principais projetos brasileiros de energia.
A Combi-lift, especialista dinamarquês em cargas superpesadas, também empregará quatro novas embarcações semi-submersíveis considerando os projetos na América Latina. O Brasil atraiu a atenção da empresa, com os US$ 114 bilhões em investimentos destinados ao setor petroleiro.
Quando o governo brasileiro der a luz verde para a exploração do pré-sal, esperamos ter um ou dois navios em contratos de afretamento, diz o diretor da representante da Combi-Lift no Brasil, Brasil Chartering & Shipping, Christoph Beeken.
Outros operadores internacionais, como a TBS Shipping, se uniram com agentes locais para ter participação nos negócios de cabotagem no setor heavy-lift Brasil. O armador formou joint-venture com a Log-In no final do ano passado.