A AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) revisou para cima os números da balança comercial para este ano, apostando num superávit de US$ 15,044 bilhões ante projeção inicial de US$ 12,230 bilhões, mas 40,6% menor em relação ao resultado de 2009.
Tanto as exportações quanto as importações devem superar os números divulgados no final do ano passado. A perspectiva é que os embarques totalizem US$ 189,489 bilhões contra os US$ 170,720 bilhões previamente estimados, desempenho que será turbinado pelas altas cotações dos preços das commodities no mercado internacional – entre os 10 principais produtos em receitas de exportação, nove são commodities. Em relação a 2009, o crescimento será de 23,8%.
Já as importações, favorecidas pelo real depreciado, sairão de US$ 127,647 bilhões em 2009 para US$ 174,445 bilhões neste exercício, registrando incremento de 36,7%.
Em relatório divulgado ontem, o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, destacou que apesar das incertezas econômicas, os preços das commodities devem se manter em alta. Os produtos básicos respondem por 70% das receitas advindas dos embarques para o exterior. A fatia projetada das commodities nas exportações é de 43,7% ante 40% dos manufaturados.
Ainda, a AEB estima que pela primeira vez um único produto – o minério de ferro – ultrapassará a marca de exportações de US$ 20 bilhões, devendo chegar a US$ 24,061 bilhões. A elevação de US$ 10,814 bilhões dos embarques de minério de ferro contribuirá com 72% para a obtenção do superávit de US$ 15,044 bilhões que se estima para este exercício.
Ainda de acordo com o relatório da AEB, além da valorização do real, os elevados custos domésticos, a redução da participação dos Estados Unidos nas exportações, oscilações econômicas em países desenvolvidos e a agressividade comercial da China compõem o cenário de perda contínua do share dos embarques brasileiros de manufaturados.
A corrente de comércio projetada para 2010 é de US$ 363,934 bilhões, montante 29,7% maior que os US$ 280,642 bilhões de 2009, porém, 1,9% abaixo dos US$ 370,927 bilhões registrados em 2008.