Companhia pretende realizar obras de adequação e reforço estrutural do seu cais de atracação, para o recebimento de embarcações de pequeno e médio porte que farão o transporte de bobinas
A Prysmian vai investir cerca de R$ 2 milhões em obras de adequação e reforço estrutural do cais de atracação do seu próprio terminal localizado no Porto de Vitória (ES), para que possa receber embarcações de pequeno e médio porte. Segundo a companhia, essas embarcações serão responsáveis pelo transporte marítimo de bobinas da base logística da Prysmian no município de Vila Velha, localizado no mesmo estado.
A companhia afirma que o investimento “visa assegurar a sustentabilidade e continuidade das operações e negócios da Prysmian no estado do Espírito Santo”, por conta de três fatores externos: a desmobilização da cábrea Vitória Lift 1, de propriedade da TechnipFMC mas que também atendia as operações de carregamento e descarregamento de bobinas da Prysmian no porto; a limitação estrutural de capacidade do cais Prysmian, cuja infraestrutura já se encontra ultrapassada diante das mudanças de cenário que ocorreram nos últimos anos; e a crescente demanda do setor de óleo e gás por produtos compatíveis para utilização em águas profundas e ultraprofundas (como as bobinas de maior porte, que requerem mais espaço de armazenamento).
A inviabilização das operações da Prysmian no estado poderá trazer, segundo a empresa, “impactos significativos para os resultados da companhia, a extinção imediata de centenas de empregos diretos e indiretos (…) impactos diretos para o município, estado e União, pela perda de arrecadação pelos tributos ora recolhidos pelos mesmos, e pela redução de investimentos e desenvolvimento estratégico no que tange à exploração de petróleo, gás e energia no Brasil”, segundo a nota técnica elaborada em agosto do ano passado.
O projeto de adequação do cais da companhia no Porto de Vitória não é novo, tendo sido discutido entre a Prysmian e a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) desde 2020. Em 2021, a companhia protocolou requerimento para a autorização dos investimentos, tendo em vista que eles são investimentos adicionais, não estando previstos no contrato de arrendamento que a empresa possui desde 2010 com a Codesa.
Ocorre que, somente no final de julho deste ano, a Codesa aprovou os investimentos adicionais da Prysmian no porto. Como são adicionais, eles precisam ser somente comunicados à Antaq, não necessitando de autorização da agência reguladora. Contudo, a fim de possibilitar o correto acompanhamento pela Antaq, a agência solicitou o envio dos documentos que basearam a decisão da Codesa, sendo estes enviados na quinta-feira (22).
A Prysmian iniciou suas atividades no Brasil em 1929, com a instalação da primeira fábrica na cidade de Santo André (SP). Em 2007, foi inaugurada a fábrica em Vila Velha (ES), especializada na produção de cabos umbilicais e, em 2009, a companhia realizou a ampliação das instalações com o aumento de seu pátio logístico e a construção de uma nova fábrica anexa à anterior, para compreender também a produção de linhas flexíveis.
Fonte: Revista Brasil Energia