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Clippings - 15/12/09

Quissamí também quer negócios do pré-sal

O petróleo vem sendo o responsável pelo crescimento de pequenas cidades brasileiras. Sem o poderoso fóssil, vários municípios nem teriam se emancipado. De olho no crescimento, as cidades não param de investir para atrair os negócios do petróleo do pré-sal. É o caso de Quissamí, litoral norte do Rio de Janeiro e a 234 km da capital carioca. No último sábado, as prefeituras de Quissamí e Campos dos Goitacazes lançaram edital de licitação, conjunto, para a dragagem do canal de Barra do Furado. O empreendimento vai viabilizar a construção de dois estaleiros, uma base offshore e um terminal de estancagem.

O Subsecretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Quissamí, Saulo Ramos, informa que o projeto vem sendo elaborado há três anos. Ele explica que a cidade, cujo nome é de origem africana, teve sua história modificada no final dos anos 1990, quando passou a receber royalties do petróleo da Bacia de Campos. Antes, a principal atividade econômica era a monocultura da cana de açúcar.

O município chegou a contar com uma usina que tinha o porte de primeiro engenho Central da América Latina. Mas, na década de 1980, com a queda do Pro-Álcool chegou o petróleo que supriu além da necessidade. Hoje o bom resultado em educação, saúde e desenvolvimento econômico vem do petróleo. Ramos exemplifica dizendo que o município fecha 2009 com uma receita de quase R$ 160 milhões, 80% provenientes do petróleo.

Canal das Flechas
A dragagem do canal de Barra do Furado vai incrementar ainda mais a economia do município. O subsecretário observa que a ideia da prefeitura local é potencializar as vocações e estruturar o município para aproveitar o negócio offshore. A licença ambiental para a dragagem já foi concedida e, em breve, chega a licença de instalação (LI). A dragagem deixará o canal com nove metros de calado.

A dragagem de aprofundamento deverá custar R$160 milhões de reais. O governo do Estado do Rio de Janeiro entrará com R$ 20 milhões; e o restante, R$ 140 milhões, será dividido entre os municípios de Campos dos Goitacazes (70%) e Quissamí (30%). Existe a promessa do Governo Federal em garantir mais R$ 50 milhões.

Outro empreendimento já em desenvolvimento é a ampliação do molhe de pedra existente no Canal das Flechas. Será utilizada uma tecnologia australiana denominada “send by pass”, que implica em fazer o que a natureza fazia, só que artificialmente, dando navegabilidade ao canal. Este molhe está interferindo na movimentação da areia, assoreou Quissamí e desassoreou Campos, prejudicando a navegabilidade. O Canal das Flechas é artificial e liga Lagoa Feia ao mar”.

Com os empreendimentos, Quissamí deverá atrair a empresa STX Brazil Offshore. Já na cidade de Campos serão instalados uma base offshore da Edson Shoest e um terminal de tancagem da Lupar.

A dragagem de aprofundamento, as obras de ampliação do molhe e as construções dos estaleiros deverão começar em fevereiro de 2010. O pleno funcionamento deve acontecer dentro de 30 meses. A previsão é de que dez mil empregos diretos e indiretos sejam gerados.
O município conta com três Zonas Especiais de Negócios (ZENs). Duas outras estão em implantação, e todas utilizando recursos dos royalties do petróleo.

ZENs implantadas
ZEN 1 – Para potencializar a agricultura
ZEN 2 – Para empresas de médio porte que tem como diferencial a logística
ZEN 3 – Para a cana de açúcar
ZENs a serem implantadas
ZEN 4 – Para offshore, uma espécie de retroárea dos estaleiros
ZEN 5 – Complexo de Barra do Furado