
A proximidade ao pré-sal e a produção crescente da região ajudaram a Vast Infraestrutura a liderar o mercado brasileiro de exportação de óleo bruto em 2023. A empresa está localizada na região norte fluminense, próxima às bacias de Campos e Santos, o centro da extração nacional da matéria-prima. Para os próximos anos, a perspectiva é de expansão dos negócios pelos segmentos de tancagem e transporte dutoviário, inclusive de combustíveis líquidos.
Por enquanto, o destaque é o transbordo de petróleo para navegação de longo curso. Em 2023, foram embarcados 28,89 milhões de toneladas de petróleo, no terminal T-Oil, no Porto do Açu (RJ), 34,5% mais do que no ano anterior. Esse número foi alcançado com a realização de 215 operações no período, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Num ranking das empresas que mais movimentaram o insumo dentro do país, a Vast ocupou a segunda colocação no ano passado. Foram 57,6 milhões de toneladas, um crescimento de 32,9% em comparação a 2022.
“Com os dois novos contratos firmados em 2023 – com a PRIO e Petronas –, encerramos o ano atendendo nove das maiores operadoras de óleo e gás presentes no Brasil”, afirmou ao Petróleo Hoje o diretor Comercial da Vast, Eduardo Goulart. A carteira de clientes da Vast ainda inclui a Petrobras, Shell, TotalEnergies, Equinor, Galp, CNOOC e PetroChina.
As petrolíferas estrangeiras tendem a exportar uma parcela expressiva das suas produções para os seus países de origem, onde possuem refinarias. Com isso, à medida que o volume extraído no pré-sal aumenta, crescem também as vendas do insumo no mercado internacional.
O pré-sal atingirá o auge no início da década de 2030, como prevê a Petrobras, operadora da maioria dos campos da região. Até lá, muito petróleo ainda vai ser produzido e exportado. Para consultorias, o país chegará a 5 milhões de barris extraídos diariamente nos próximos seis anos. Hoje são cerca de 3,5 milhões bpd, de acordo com a ANP.
Além disso, é crescente a presença das petrolíferas independentes no mercado interno e a formação por essas empresas de departamentos dedicados exclusivamente à comercialização de óleo, como aconteceu com a PRIO, recentemente. A ordem é vender o óleo para quem pagar melhor, no Brasil ou no exterior.
“A Vast já é responsável por aproximadamente 40% de toda exportação de petróleo nacional, e acreditamos que o crescimento das exportações continuará no mesmo ritmo, nos próximos anos”, disse Goulart.
A história da Vast começou em 2016. Atualmente, ela responde pelo único terminal privado, no Brasil, para transbordo de petróleo em águas abrigadas com capacidade para operar navios da classe VLCC (Very Large Crude Carrier), que armazenam até 2 milhões de barris de óleo cru cada. Sua infraestrutura conta ainda com três berços de atracação. A capacidade licenciada de movimentação é de 1,2 milhão de bpd.
De olho no crescimento do mercado, a empresa desenvolve outros dois grandes projetos – o Terminal de Líquidos do Açu (TLA) e o SPOT. O primeiro será um hub de combustíveis marítimos e poderá receber, no futuro, combustíveis líquidos. Já o projeto SPOT vai ser um parque de tanques e oleodutos conectados à rede existente de transporte de petróleo às refinarias da Petrobras Reduc, localizada em Duque de Caxias (RJ), e Regap, em Betim (MG).
Fonte: Revista Brasil Energia