
Dos nove projetos previstos, cinco são para novos terminais e quatro para expansão. Pará receberá maior montante de investimentos: R$ 2,7 bilhões
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) anunciou, nesta quarta-feira (9), investimentos de R$ 4,7 bilhões para a implantação e ampliação de nove terminais de uso privado (TUPs) em seis estados. O anúncio foi feito em cerimônia parra assinatura das autorizações, em Brasília. De acordo com o MPor, a previsão é que as obras comecem em 2025 e as operações a partir de 2026. A expectativa é que os empreendimentos gerem mais de 10 mil empregos diretos e indiretos.
O ministro de portos e aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que os empreendimentos fazem parte da mudança da estrutura da logística nacional, ressaltando que o potencial logístico do Brasil é crescente, principalmente pelo fato de o país fazer parte de cadeias globais de exportação de alimentos, principalmente da Ásia, da Europa e América do Sul. “A nossa expectativa é de um crescimento médio entre 3% e 6% nos próximos anos”, projetou.
Dos nove projetos, cinco são para novos terminais e quatro para expansão. O Pará receberá o maior montante de investimentos: R$ 2,7 bilhões. O município de Barcarena receberá R$ 2,37 bilhões para construção de um novo terminal e R$ 261 milhões para aumentar a capacidade de outro já existente. Já para Itaituba serão destinados recursos para duas novas estruturas que visam a aumentar a capacidade de movimentação de granéis sólidos. Uma terá R$ 68,1 milhões, e a outra, R$ 13 milhões.
O Amapá terá R$ 377 milhões para modernizar o terminal de Santana e atender à crescente demanda por granéis líquidos e sólidos. No Centro-Oeste, em Mato Grosso, o investimento, de R$ 15,8 milhões, será destinado a Cáceres, para melhorar a infraestrutura voltada ao escoamento de granéis sólidos.
O estado do Rio de Janeiro contará com R$ 275,3 milhões para ampliar a capacidade do terminal de São João da Barra (Açu) para movimentar granéis líquidos. Também no Sudeste, o Porto de Santos (SP) terá R$ 1,24 bilhão para a melhoria da estrutura para o transporte de passageiros. E, na região Sul, o terminal de Rio Grande (RS) receberá R$ 93 milhões para ampliar a capacidade operacional no transporte de granéis líquidos e sólidos.
Em 2024, os terminais privados movimentaram 846,9 milhões de toneladas de cargas, principalmente minério de ferro, petróleo e seus derivados, além de grãos, com destaque para a soja. De janeiro a maio de 2025, a movimentação foi de 341,4 milhões de toneladas, 1% a mais que o total do mesmo período do ano anterior, 337,8 milhões de toneladas. Em maio deste ano, as movimentações portuárias saltaram 8%, atingindo 76,1 milhões de toneladas, contra 70,4 de milhões de maio de 2024. O minério de ferro, o petróleo e seus derivados, além da soja, seguem como os principais motores desse crescimento.
De acordo com o secretário nacional de portos, Alex Ávila, cerca de 65% da movimentação de cargas no Brasil é realizada por meio dos TUPs, o que evidencia a relevância desses empreendimentos para a economia nacional. “Eles são fundamentais para garantir eficiência e competitividade logística no país”, destacou.
Já o diretor-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Jesualdo Silva, citou estudo realizado em meados do ano passado projetando que, a partir de 2026, haverá crescimento médio de 5,7% nos embarques e de 3,3% nos desembarques. “Com base nesses dados, estima-se que as exportações brasileiras possam registrar taxa média de expansão em torno de 3,5%, o que representa oportunidade de movimentar aproximadamente R$ 3 trilhões”, disse.
Fonte: Revista Portos e Navios