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Clippings - 01/09/25

ExxonMobil prevê domínio de petróleo e gás até 2050

O Global Outlook 2025 da companhia norte-americana aponta crescimento da demanda de petróleo para 105 milhões de bpd e de gás natural em 20% até 2050. Também alerta que, sem novos investimentos, a produção de petróleo diminuirá 15% ao ano

Foto: Divulgação ExxonMobil

O petróleo e o gás natural serão as maiores fontes de energia em 2050, além de representarem mais da metade do suprimento mundial de energia. É o que diz o Global Outlook 2025 da ExxonMobil, divulgado pela petrolífera norte-americana na quinta-feira (28).

A publicação aponta que a demanda de petróleo deverá chegar na média de 105 milhões de bpd até 2050, acima dos 100 milhões de bpd atuais. Já a demanda de gás natural, segundo a empresa, crescerá cerca de 20% até 2050 (500 bilhões de pés cúbicos/d) na comparação com os números de hoje.  

A projeção para a demanda destes hidrocarbonetos é devido às necessidades do setor de transporte industrial e comercial, que juntos são 75% da demanda global de petróleo, mais de 40% da de gás natural e cerca de 50% da de eletricidade em 2050. 

Alta demanda de petróleo e gás precisam de maiores investimentos

A ExxonMobil destaca no Global Outlook que, sem novos investimentos, a produção de petróleo diminuirá 15% ao ano. Caso todos os investidores não contribuíssem mais com capital e as operadoras extraíssem tudo o que cada poço pode oferecer, a falta de oferta mundial seria de aproximadamente 70 milhões de bpd em 2030. 

“Provavelmente provocando uma escassez maciça de oferta, preços disparados e desemprego que supera os níveis vistos pela última vez durante a Grande Depressão da década de 1930”, previu a companhia no relatório. 

Em um cenário em que investe-se somente em campos que já existem – incluso a manutenção e perfuração para preencher poços –, o declínio poderia ser menor em 4%. Contudo, ainda estaria abaixo da demanda de petróleo previstas nos cenários de Promessas Anunciadas (APS) da International Energy Agency (IEA) e do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) (em que a temperatura global provavelmente ficará abaixo dos 2ºC em 2050). 

Gráfico que contém a projeção global da oferta e demanda de petróleo

Gráfico que contém a projeção global da oferta e demanda de petróleo (Fonte: Global Outlook/ExxonMobil)

A ExxonMobil ressalta que as novas ofertas de gás natural são necessárias para atender ao crescimento contínuo da demanda. Em relação a esse hidrocarboneto, sem novos investimentos a partir de hoje, a oferta global diminuiria 11%/anos, resultando em um déficit de cerca de 250 bilhões de pés cúbicos até 2030, ou cerca de metade da demanda global projetada.

O declínio diminuiria 3% ao limitar os investimentos somente aos campos existentes, e ainda ficaria menor dos níveis necessários nos cenários APS do IEA e IPCC. 

“É necessário um investimento sustentado na busca e desenvolvimento de novos recursos para preencher a lacuna entre a oferta e a demanda global projetada para petróleo e gás até 2050”, explicou a companhia. 

Gráfico que contém a projeção global da demanda e oferta de gás natural

Gráfico que contém a projeção global da demanda e oferta de gás natural (Fonte: Global Outlook/ExxonMobil)

O Global Outlook ainda mostra que o comércio de GNL deverá atender mais de 20% da demanda global de gás natural até 2050, à medida que a demanda global por GNL dobra.

Cerca de 70% do crescimento do GNL até 2050 será impulsionado pela demanda na região Ásia-Pacífico. Além disso, novas ofertas de GNL virão, principalmente, da América do Norte, Oriente Médio e África. O gás natural não convencional da América do Norte é projetado para alimentar novos projetos de GNL e atender à crescente demanda local.

Já a produção de gás da África pode impulsionar o crescimento econômico, já que a demanda e as exportações estão prestes a aumentar, lideradas por Moçambique e Nigéria. Por fim, a expectativa é que o Oriente Médio continue a investir em projetos de exportação de GNL, mais do que dobrando sua capacidade de exportação até 2050.

Tendências de oferta e demanda por região

A região da Ásia-Pacífico é apontada como a maior e mais rápida região de crescimento para a demanda de líquidos, bem a que dependerá mais de importações. O crescimento da demanda será atendido principalmente por gás importado.

A Europa também pode continuar a depender das importações de gás natural para fornecer energia a preços acessíveis, uma ação necessária para apoiar os setores da indústria e do comércio.

O maior produtor de gás natural poderá continuar a ser a América do Norte, importante tanto para a exportação quanto para suprir a demanda doméstica. Após 2035, o Oriente Médio poderá aumentar a participação na produção, o que atenderá parte da futura alta da demanda.

Fonte: Revista Portos e Navios