O presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), Emerson Fernandes, queria, mas não conseguiu atrair uma linha de cabotagem para o Porto de Natal em 2010. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), de 2005, mostra que o transporte por cabotagem tinha, na época, condições de aumentar a movimentação de cargas em dez vezes no País. Atualmente, o modal aquaviário corresponde a 17% da movimentação de cargas no Brasil.

Mistério

A Secretaria de Portos elaborou o Projeto de Incentivo à Cabotagem (PIC) com o objetivo de aumentar a participação do modal aquaviário na matriz de transporte brasileiro, a exemplo do que já acontece na Europa. Onde a cabotagem esbarra para não ter mais força no transporte de cargas no País?

Lição número 1

PortoGente levantou a questão durante dois meses, em 2010, na série “Cabotagem: problemas e soluções”. E percebe que a frustração da Codern de não conseguir implantar uma linha de cabotagem que ligue Natal com o Sudeste brasileiro para o transporte de frutas e sal é um bom começo para o ministro Leônidas Cristino fazer a diferença à frente da Secretaria de Portos (SEP).

Conhecendo o gigante

O ministro dos Portos recebeu na tarde desta quarta-feira (12) a diretoria da Autoridade Portuária do Porto de Santos. Foram mais de sete horas atentas aos projetos e obras em andamento do maior porto do Hemisfério Sul. Leônidas Cristino já se prepara para visitar o complexo portuário.

Claustro

Especialistas portuários estranham a falta de notícias das ações do ministro Leônidas Cristino. Os demais ministros já estão de vento em popa nos seus cargos, inclusive tuitando diariamente o que fizeram ou deixaram de fazer.

Óleo quente

Foi na administração do atual ministro Fernando Bezerra que foi elaborado o polêmico edital para dragagem, com derrocagem, do canal externo de acesso ao Porto de Suape, em Pernambuco, no valor de R$ 288 milhões. Indisponível no site do Porto e com exigências de equipamentos não convencionais, as especificações técnicas do edital ameaçam o caráter competitivo do certame, maior do que as obras do Plano Nacional de Dragagem (PND). O assunto vai atiçar muito fogo para apagar.

Retrocesso

O governador Geraldo Alckmin abriu mão de um técnico experiente para continuar à frente da Companhia Docas de São Sebastião, do calibre de Frederico Bussinger, para colocar alguém sem qualquer experiência na área. É a questão política sempre atravancando o caminho dos portos brasileiros.

Com porto

Frederico Bussinger foi diretor de gestão portuária da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e secretário executivo do Ministério dos Transportes. Presidiu, ainda, o Conselho de Administração da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) e também o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea).

Sem porto

Casemiro Tércio Carvalho, o novo comandante do Porto de São Sebastião, assumiu o cargo de secretário-adjunto do Meio Ambiente do Estado de São Paulo em julho de 2010. Antes, exercera, desde 2007, a coordenação de Planejamento Ambiental da mesma secretaria.

Patinhos feios

O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Airton Vidal Maron, quer recuperar cargas para o Porto de Antonina. E ainda quer promete apoiar todas as iniciativas do Terminal da Ponta do Félix [foto] para promover ainda mais o desenvolvimento da região.

Hermanos

Fora dos campos, Brasil e Argentina têm feito tabelinhas bem-sucedidas nas relações internacionais. Em dezembro último, o governo brasileiro não autorizou a parada no Rio de Janeiro de dois navios de bandeira inglesa que iriam fazer exploração de bens naturais nas Ilhas Malvinas.

Reprise

O professor de economia da FGV-EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo), Evaldo Alves, diz que o Brasil está vivendo um processo de crescimento que também ocorre na maioria dos países emergentes. Mas ainda esbarra em gargalos da infraestrutura como portos e rodovias que precisam ser eliminados.

Vaca magra

A disputa entre os armadores por maior participação no mercado pode fazer com que a média dos fretes marítimos caia, este ano, em torno de 7% dos trades Leste-Oeste. A consultoria Drewry Shipping avalia que a lucratividade das companhias marítimas deva encolher também para US$ 8 bilhões