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Clippings - 31/08/12

À espera de carga, navios perdem a vez em fila do porto de Paranaguá (PR)

Navios em busca de soja e milho brasileiros, que vêm lotando o porto de Paranaguá (PR) para embarcar grãos, estão deixando de atracar no local devido à falta de carga nos armazéns.

De acordo com operadores portuários e produtores rurais, está faltando soja e milho para dar conta da demanda dos exportadores.

O problema ocorre em razão da quebra da safra de grãos dos EUA: como não há cereal suficiente lá, os importadores vêm para o Brasil em busca do produto.

Os navios, que aguardam em média um mês na fila para carregar, estão abrindo mão da vez de embarcar por não haver carga disponível.

O problema é o transporte. Os grãos não estão chegando no porto, tanto por ferrovia como por rodovias, afirma Sérgio Mendes, da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais).

Segundo Mendes, a situação piorou depois da greve de caminhoneiros e de servidores federais.

É uma questão estrutural, que se agravou com a sucessão de greves, diz. Você pensa que [a carga] vai chegar no dia tal, mas não chega. E o navio lá, esperando.

Na última semana, 21 navios em Paranaguá abriram mão da vez por não encontrar a carga pronta. Alguns esperavam por mais de 30 dias.

Em 20 anos, eu nunca tinha visto algo parecido, afirma o superintendente do porto de Paranaguá, Luiz Henrique Dividino.

O problema também ocorre, em menor escala, nos portos de Santos e São Francisco do Sul (SC), onde alguns navios embarcam apenas parte da carga e voltam ao fim da fila para completar o resto depois.

Eles preferem ficar aqui na fila, onde sabem que vão captar a carga, do que ficar boiando em algum lugar do mundo, onde o produto simplesmente não existe, afirma Dividino.

A expectativa é que a corrida dos exportadores só desacelere no final do ano, com a nova safra de grãos.

Até lá, as exportações de milho –produto que está mais em falta no mercado internacional– devem bater recorde histórico neste ano, segundo a Anec. Serão 14 milhões de toneladas, quase 50% a mais do que no ano passado.