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Clippings - 12/07/10

A nova estatal do petróleo

É a Pré-Sal Petróleo. E ela pode ser boa para as ações da Petrobras, que terá privilégios na exploração dos campos.

Pré-Sal Petróleo S/A ou PPSA. Acostume-se com esse nome. Desde a quarta-feira 7, esta é a nova empresa estatal criada pelo governo para gerir e comercializar os contratos de óleo e gás das profundezas do oceano. Quem quiser comprar, vender ou participar do consórcio do pré-sal terá que bater na porta dessa nova companhia. Mais que isso. A criação dela evidencia o nome do grande vitorioso: a Petrobras. A companhia brasileira sai fortalecida e, principalmente, protegida na exploração de petróleo no pré-sal.

Se antes a exploração nos novos campos seria realizada via licitação da Agência Nacional de Petróleo (ANP) com a possibilidade de um grupo estrangeiro ficar com 100% da área, a PPSA obriga que a Petrobras tenha, pelo menos, 30% de cada bloco.

É o chamado modelo de partilha. “A PPSA vai gerenciar o movimento de exploração e não traz prejuízo para a Petrobras”, diz Mônica Araújo, analista da corretora Ativa. “A relação da Petrobras será estreita, mas não dependente da PPSA. E a empresa será a principal operadora do pré-sal”, confirma Osmar Camilo, analista da corretora Socopa.

Nos últimos meses, a Petrobras foi muito castigada pela seqüência de indefinições, como os planos de capitalização (que deve acontecer em setembro) e os leilões que não dariam garantia nenhuma a ela no pré-sal. Na bolsa, ela estava em baixa.

A chegada da PPSA alivia a pressão sobre a ação preferencial da companhia. Em julho, o segundo papel mais negociado na BM&FBovespa inverteu a tendência no ano com a alta de 3% em seis pregões – no ano, a queda acumulada é de 23,7%.

As novas perspectivas chamaram a atenção do Financial Times, que destacou que os investidores estavam olhando muito mais para o endividamento da companhia do que para o potencial de extração de oito bilhões de barris.

É a possibilidade de uma gigante dobrar de tamanho em pouco tempo. Por esse motivo, dizem os ingleses, a ação estaria chegando ao “perigoso” momento de estar barata. Com o preço de fechamento de R$ 27,58 na quinta-feira 8, ela está mais próxima da sua pior cotação em um ano (R$ 26) do que do seu pico.

Para atingi-lo, teria que se valorizar cerca de 45%. Com a definição sobre as funções de cada um nos blocos do pré-sal, PPSA e ANP, dirigida por Haroldo Lima, poderão supervisionar e regular, nessa mesma ordem. E a Petrobras poderá sugar o óleo negro bem protegida.