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Clippings - 27/12/10

Aben defende política nuclear de Estado que seja sustentável

O presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), Edson Kuramoto, eleito para um novo mandato, defendeu em entrevista à Agência Brasil que o País não tenha políticas nucleares de governo, e sim uma política de Estado que seja sustentável e de longo prazo.

O Brasil tem que ter um programa nuclear que dê continuidade ao desenvolvimento tecnológico do país nessa área, de forma sustentável. Para que isso ocorra, é necessário que nós tenhamos uma política de Estado e não de governo.

Ele disse ser importante preservar a capacitação tecnológica adquirida pelo País ao longo dos 30 anos do programa nuclear brasileiro. A interrupção do programa até a retomada da construção da Usina Nuclear Angra 3 foi, para ele, prejudicial ao País.

Kuramoto disse que a descontinuidade do programa fez o Brasil perder o bonde da história no desenvolvimento da tecnologia nuclear. Hoje, vivemos uma situação propícia para que se retome o programa nuclear brasileiro sustentável, sem descontinuidade, afirmou.

Edson Kuramoto destacou ainda a necessidade de que sejam concluídos alguns empreendimentos do setor, para os quais os investimentos envolvidos chegam a R$ 2,5 bi. Entre eles, está a segunda fase do ciclo de enriquecimento do urânio. A primeira etapa do processo foi concluída pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), no município fluminense de Resende.

Investimento na medicina nuclear

Outro projeto que não pode sofrer descontinuidade, para o presidente da Aben, é o do reator multipropósito brasileiro, iniciado este ano. Com a conclusão desse projeto, o Brasil se tornará autossuficiente na produção de radioisótopos, principalmente do molibdênio 99. Esse elemento radioativo é usado na medicina nuclear.

O Brasil importa 100% da demanda interna de molibdênio 99. Atualmente, são feitos no país mais de 3 milhões de procedimentos na área da medicina nuclear. A Aben quer participar da comissão interministerial que iniciou estudos sobre a reestruturação do programa nuclear brasileiro, que ainda não foram concluídos. A entidade considera importante que seja mantido o cronograma de construção das usinas nucleares para permitir à indústria nacional investir na área nuclear com tranquilidade.