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Clippings - 02/03/11

Abenav quer vencer batalha do pré-sal

O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça, não tem dúvidas: os estaleiros e a indústria de máquinas e equipamentos vão conseguir absorver a maior parte das encomendas da Petrobras por conta do pré-sal, estimadas em US$ 150 bilhões em dez anos. A Abenav é uma entidade criada pelos 40 estaleiros que são sócios do sindicato da classe, o Sinaval. A função da Abenav é articular a indústria para dar conta dessa tarefa de produzir o que o país precisa. Enquanto o Sinaval é puramente um sindicato, a Abenav está de braços abertos para todo tipo de produtor de equipamentos, dispondo de mais flexibilidade para dialogar com as autoridades. Mendonça sabe que sua tarefa não é fácil e detecta, de imediato, dois problemas: a valorização do real e a concorrência desleal de alguns países, que subsidiam suas indústrias e mascaram os produtos, enviando-os até como se tivessem outras origens.

– A luta vai ser grande. Acho difícil o Brasil mudar sua atual política, de câmbio flutuante e, por isso, o governo deve agir em outras frentes para dar condições à indústria de concorrer com a invasão estrangeira. O impacto da valorização cambial tem de ser atenuado e o governo está consciente disso – diz.

Ele elogia a ação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que, já no governo anterior, elevou o IOF sobre a entrada de capitais, para evitar entrada excessiva de dólares, que acelera a valorização do real no mercado interno. Mendonça garante estar confiante na ação do governo e também no dinamismo empresarial, visando a reter as encomendas bilionárias do pré-sal. Os estaleiros serão o contato direto com a Petrobras – pois caberá a eles repassar as encomendas à indústria, para montagem de navios, plataformas, navios-sonda e barcos de apoio.

E, até agora, tudo está correndo bem. Lembra que, no ano 2000, os estaleiros mal tinham 2 mil empregados, e hoje contam com 60 mil pessoas. Cita que, até 2018, os estaleiros deverão estar com mais de 110 mil empregados e que o efeito na indústria em geral deverá ser extremamente positivo. Estimativas indicam que o pré-sal irá implicar produção de 97 plataformas de produção, 510 barcos de apoio e 49 navios, com conteúdo nacional entre 65% e 70% do valor total. Isso deverá significar um volume espantoso de encomendas no mercado interno, desde tubos, a parafusos, material elétrico, motores e tudo mais.

– Temos de reter essa riqueza no Brasil e é nesse sentido que trabalhamos – conclui Mendonça, que conta com apoio do presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha.