O presidente da Associação Brasileira de Terminais Retroportuários e das Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTTC), Martin Aron, negou ontem que os dépots (terminais retroportuários que armazenam contêineres vazios) tenham alguma responsabilidade na concentração da entrega e da retirada de cargas dos terminais portuários durante o dia. Segundo ele, as empresas acabam não trabalhando24 horas pois não há demanda de serviço à noite e de madrugada.

Posso dizer que, em dezenas de oportunidades, os dépots tentaram operar 24 horas por dia, mas nunca houve uma demanda que justificasse os gastos com o trabalho à noite. Os dépots têm todo interesse no trabalho 24 horas, mas os usuários do Porto simplesmente não mandam carga fora do horário comercial, afirmou Aron.

O fato desses recintos não operarem à noite foi apontado como um dos motivos para a circulação de mercadorias entre as instalações retroportuárias e portuárias ocorrer principalmente durante os perãodos da manhí e da tarde. A acusação, publicada na edição de ontem de A Tribuna, partiu do presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Cargas do Litoral Paulista (Sindisan), Marcelo Marques da Rocha,e do presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos da Baixada Santista (Sindicam), José Luiz Ribeiro Gonçalves.

Para o presidente da ABTTC, a movimentação de cargas entre porto e retroporto durante à noite só irá ocorrer se houver uma conscientização geral dos usuários. Veja o que aconteceu no dia 9, depois do último feriado (de 7 e 8 de setembro, respectivamente Dia da Independência do Brasil e Dia de Nossa Senhora do Monte Serrat, padroeira de Santos). Toda a carga acumulada nos dias anteriores foi enviada na manhí daquele dia, causando um grande congestionamento na entrada da Cidade. É essa prática de só enviar mercadoria para o Porto durante o dia e fora de feriado que tem de mudar, concluiu o dirigente.