Prefeitura, Capitania e Docas anunciam dragagem de acessos à Baía e criação de controle de tráfego marítimo A poluição visual causada por navios cargueiros que ficam fundeados em frente às praias da Zona Sul deverá ser reduzida. Ontem de manhí, o prefeito Eduardo Paes, a Capitania dos Portos e a Companhia Docas anunciaram medidas para diminuir o número dessas embarcações.
Entre as ações, estão previstas a dragagem de dois canais (Norte e Sul) de entrada na Baía de Guanabara e a criação de um sistema de gerenciamento de tráfego marítimo (Vessel Traffic Management System, o VTMS). Outra medida é a sinalização do Canal da Cotunduba, também de acesso à baía.
A intenção é que as áreas próximas à Ilha Rasa comportem, em média, de três a cinco navios. No último mês, em perãodos de pico, até 11 chegaram a ser fundeados naquela área. De acordo com a Capitania dos Portos, em três anos, o número de embarcações de grande porte no Rio duplicou. Hoje, são cerca de 2.500 anualmente.
Segundo o capitão Fernando Cozzolino, da Capitania dos Portos, os navios podem ficar nos pontos de fundeio por até 48 horas. Mau tempo, problemas na documentação e no horário de chegada (as embarcações não entram na Baía de Guanabara à noite) são alguns dos motivos para os navios ficarem fundeados em frente às praias da Zona Sul. – A sinalização do Canal da Cotunduba vai permitir que a embarcação entre na baía à noite, o que hoje não é viável.
A dragagem do centro e da direita da baía permitirá a entrada de navios até mesmo com mau tempo. E uma melhor gestão do tráfego marítimo, com o sistema VTMS, vai agilizar as operações nos terminais – explicou Cozzolino.
Em dezembro, a Procuradoria Geral do Município pediu à Capitania dos Portos que encontrasse outros locais de fundeio para os navios que esperam vaga no Porto. – O Porto do Rio está crescendo, o que é muito bom. Isso mostra o aquecimento da economia da cidade. Mas os perãodos de pico, com muitos navios fundeados (fora da baía), geram incômodo e impacto visual grande. Nosso esforço é adotar medidas concretas para o número de navios fundeados ser aceitável – disse o prefeito Eduardo Paes. Segundo o diretor-presidente da Companhia Docas, Jorge Luiz de Mello, a dragagem dos canais Norte e Sul custará R$ 200 milhões.
A licitação deverá ocorrer ainda neste primeiro trimestre, e a previsão é que a obra seja concluída em um ano. Com o trabalho, a profundidade passará dos atuais 11,5 metros para 15. – Há ainda a gestão do VTMS, que é um investimento federal, para termos um sistema semelhante ao de controle de tráfego aéreo. Teremos três radares, que ficarão em Mocanguê, na Fortaleza de Santa Cruz e em Paquetá.