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Clippings - 21/08/12

Agentes marítimos do Rio pedem mudanças no Porto Maravilha

Não só exportadores e importadores estão preocupados com o projeto Porto Maravilha, destinado a modernizar área de 5 milhões de metros quadrados nas proximidades do Porto do Rio.

A presidente do Sindicato dos Agentes Marítimos (Sinda-Rio), Marianne Lachmann, disse temer que, a par de benefícios culturais, turísticos e habitacionais, o projeto possa trazer prejuízos à atividade portuária.

Afirma que, na maioria dos países em que se procurou atrair a população para o cais, com bares, teatros e museus, teve-se o cuidado de preservar a atividade-fim, que é a movimentação de cargas.

Destaca que não só o porto gera bilhões em ICMS para o estado e a cidade, como se deve manter a mentalidade portuária, reafirmando aos cidadãos a importância desse elo de transporte.

Situado distante de Estados Unidos, Europa e países asiáticos – que são os grandes centros mundiais de comércio – o Brasil movimenta 95% de seu comércio exterior por mar. Cita que tudo começou com Pedro Álvares Cabral, por mar e em um porto improvisado e, nos séculos seguintes, as cidades cresceram ao longo da costa.

Objetivamente, Marianne Lachmann critica o projeto Porto Maravilha por excluir os portões 13 e 14 do Porto do Rio e, possivelmente, o 24 e acrescenta: “ Não é preciso ser técnico em transportes para concluir que, com redução de portões, um porto se enfraquece”. A empresária também questiona a destruição da Avenida Perimetral, pois sua existência permite a passagem de veículos em via elevada, facilitando a entrada de caminhões e carretas na superfície. Os sócios do Sinda-Rio temem que uma via rápida a ser criada na superfície seja um empecilho às necessárias operações de carretas para terem acesso ao porto.

Queremos diálogo com as autoridades, para mostrar que um projeto de objetivos tão sublimes deve ser feito para integrar e não para dividir a cidade – diz. Em recente reunião realizada na sede da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), os ânimos ficaram exaltados. Operadores portuários acham que o Porto Maravilha beneficia uma série de setores mas…prejudica o porto. Nesse encontro, os empresários destacaram que, após muitos anos de estagnação, recentemente o porto ganhou sangue novo.

O canal de acesso e principais áreas foram dragados, permitindo a entrada de grandes navios. Os terminais Libra e Multiterminais, em troca de extensão de seus perãodos de concessão, iniciaram investimento de R$ 1 bilhão para ampliação de suas instalações.

Segundo outros empresários do setor, que ressaltam nada ter contra o projeto olímpico da cidade, os idealizadores do Porto Maravilha levaram em conta aspectos imobiliários – em dez anos, a população da região deverá quintuplicar, chegando a 100 mil pessoas – turísticos, arquitetônicos, esportivos – serão criados 17 km de ciclovias – e culturais e se esqueceram da atividade-fim de um porto centenário, que é a eficiente movimentação de cargas.