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Clippings - 25/06/09

Alemíes criticam acordo Brasil-França para submarinos

O acordo firmado entre Brasil e França, no fim do ano passado, para fornecimento de submarinos à Marinha brasileira, está provocando reações na Alemanha, com reflexos em Brasília. O contrato é de 7,1 bilhões de euros, prevendo a construção, pela Odebrecht, sem a licitação exigida pela lei 8.666, de um estaleiro e de uma nova base na Baía de Sepetiba-RJ. Do lado da França, a representante é a estatal DCNS.

Pelo acordo, o Brasil construiria quatro submarinos convencionais da classe Scorpène, com equipamentos e tecnologia da estatal francesa. A França também se comprometeria a transferir tecnologia para o casco de um quinto submarino de grande porte, a ser utilizado no futuro submarino nuclear brasileiro, quando o reator nuclear da Marinha brasileira estiver concluído e testado– o que, pelo jeito, deve levar duas décadas.

Fontes privadas revelam que o acordo bilateral Brasil-França traz uma série de salva-guardas que, além de não permitirem a transferência efetiva de tecnologia para submarinos mais avançados, impõem ao Brasil dependência, pois ficaria nosso país impedido de buscar tecnologias alternativas. A cláusula 2.3 do acordo, especificamente, estabelece que todo e qualquer equipamento usado nos submarinos tem que ser de fabricantes franceses.

Com esse acordo, o governo brasileiro impôs à Marinha que encerrasse as negociações técnicas com o consórcio alemão HDW/Thyssen Krupp. No ano passado, o consórcio alemão ratificou uma proposta para o fornecimento de dois novos submarinos convencionais, com opção de mais dois, além da transferência de tecnologia para um casco de grande porte, no valor de 670 milhões de euros.

Os submarinos brasileiros classe IKL 209 (Tupi, Tamoio, Timbira, Tapajó e Tikuna) são projetos da HDW/Thyssen, o primeiro deles fabricado na Alemanha e os demais no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.

Pela proposta alemí, o submarino de grande casco poderia ser produzido no próprio Arsenal do Rio, bastando, para tanto, pequenas obras de modernização, como aumento do teto e reforço do cais, estimados em R$ 150 milhões – sem necessidade de novo estaleiro em Itaguaí/Sepetiba. Esse novo estaleiro deverá custar mais de R$ 2 bilhões.
A HDW/Thyssen Krupp tem participação de 81% no mercado mundial de submarinos.
Fonte: Net Marinha/Sérgio Barreto Motta