unitri

Filtrar Por:

< Voltar

Clippings - 16/10/09

Aliança Navegação e Logística comemora 10 anos de atuação na cabotagem

Em agosto, a Aliança Navegação e Logística completou 10 anos do serviço de cabotagem. A empresa é uma das pioneiras na retomada da navegação costeira no Brasil e uma das principais defensoras da importância em se utilizar o modal para agregar valor ao produto, preservar o meio ambiente e agilizar o processo logístico de transporte de cargas.

Em 1999, o transporte de carga geral por via marítima era subutilizado. A inflação e os problemas nos portos – que já vinham de décadas atrás – influenciaram negativamente no conceito da cabotagem, que no passado foi o principal modal de distribuição de cargas no Brasil.

De acordo com o diretor-superintendente da Aliança, Julian Thomas, a cabotagem foi deixada de lado na década de 60, no governo do presidente Juscelino Kubitschek. “Naquela época, 100% dos recursos investidos em transporte foram direcionados para as rodovias, inviabilizando a utilização de outros modais como o ferroviário e o marítimo”, ressalta.

Em 1970, a inflação galopante favorecia o transporte por caminhões, já que as empresas precisavam de rapidez e flexibilidade em ter os seus estoques no mercado consumidor para não perder valor. “O custo de inventário era muito mais alto do que é hoje. Além disso, os problemas nos portos aumentaram consideravelmente entre os anos 70 e 80”, lembra o executivo.

Quando a Aliança retomou a cabotagem no Brasil, a inflação e a moeda estavam estabilizadas, reflexo positivo do Plano Real. No perãodo, ocorreu a primeira onda da privatização dos portos. “Era o momento propício para reiniciar o modelo de cabotagem”, afirma Thomas.

Dificuldades e Conquistas

Segundo o diretor-superintendente da Aliança, no início da retomada do serviço a empresa enfrentou grandes dificuldades. “A cabotagem tinha perdido a credibilidade. Os clientes estavam todos fixados no rodoviário. Fizemos um trabalho de conquista, demonstrando as vantagens do transporte costeiro, recuperando assim a confiabilidade na operação”, comenta.

De acordo com ele, a empresa montou uma estratégia específica para a cabotagem, com a realização de diversos seminários para os clientes terem conhecimento das vantagens do modal. Iniciou-se então um serviço com frequência semanal entre os portos de Rio Grande, Santos, Salvador, Suape, Fortaleza e Manaus.

“Foi uma luta árdua. Os investimentos para começar a operar o serviço eram altos e não tivemos um retorno imediato. Tínhamos que convencer as empresas, cliente a cliente, contêiner por contêiner para chegar a um equilíbrio. Nos primeiros quatro anos, amargamos grandes prejuízos até que o modal se impôs. Ganhamos a confiança de diversos setores, entre eles, o arrozeiro, eletroeletrônicos, duas rodas, higiene e limpeza, que passaram a dedicar parte do escoamento das cargas por cabotagem”, comentou Thomas.

A empresa começou timidamente com apenas um navio. A resposta do mercado foi positiva e rapidamente agregou mais três navios rumo à retomada do modal. Hoje, a Aliança conta com 10 navios em operação na cabotagem, com uma capacidade de transporte semanal de 20 mil TEUs e mais de 90 escalas mensais nos principais portos brasileiros.

“A principal conquista foi provar a viabilidade da cabotagem, que conquistou um espaço estratégico na cadeia logística nacional e isso é extremamente gratificante, pois consideramos um trabalho pioneiro já que reconquistamos o espaço do modal no mercado”, afirma.

Infraestrutura Portuária

O diretor-superintendente da Aliança ressalta que o Brasil precisa tanto na cabotagem quanto no longo curso de mais investimentos sendo direcionados à infraestrutura dos portos e das vias de acesso. “A Secretaria Especial dos Portos (SEP) tem trabalhado para melhorar a situação. Estamos vendo mudanças no que diz respeito ao Plano Nacional de Dragagem”, diz. Porém, de acordo com ele, é preciso ainda ocorrer uma melhora com relação à concessão para construção de novos portos.

“É necessário também que o governo resolva a questão do combustível na cabotagem. O PIS/Cofins já foi eliminado, mas o ICMS ainda incide na compra do combustível para o transporte costeiro, o que não ocorre com o transporte marítimo internacional e nem no rodoviário. Isso já seria um grande alivio, sobretudo em tempos em que o preço do bunker está alto e torna um fator que onera o custo”, declara.

Uma das investidoras na construção do Porto de Itapoá, localizado em Santa Catarina, e com previsão de entrar em funcionamento no final de 2010, a Aliança acredita que o complexo portuário intensificará o atendimento do transporte de cabotagem. A previsão é de que Itapoá movimentará, em sua primeira fase, mais de 300 mil contêineres por ano, incluindo cargas de longo curso.

De acordo com José Balau, diretor de Operações da Aliança, com o início das operações do Porto de Itapoá, a empresa tem planos para criar, junto ao traçado ferroviário, terminais remotos em Joinville e São Francisco do Sul. Dessa forma, proporcionará um sistema de conexão hidroviária – via barcaças – com o pólo industrial da região e com a ferrovia operada pela ALL.

“O Porto de Itapoá oferecerá ao mercado um novo conceito global de complexo portuário. O terminal marítimo será suportado por uma retroárea de, aproximadamente, 12 milhões de metros quadrados para instalação de indústrias e serviços, criando uma sinergia com a logística e favorecendo o desenvolvimento regional com acessos, berços e pátios compatíveis com o crescimento da demanda, oferecendo custos competitivos à região”, afirma Balau.

“A cabotagem não é apenas um transporte marítimo, mas uma solução multimodal. Com a BR-Marítima, a Aliança consolidou no mercado o autêntico transporte porta a porta, que inclui terminais concentradores de carga e parceria com operadores logísticos em todo o Brasil”, informa. A empresa conta ainda com parcerias em terminais rodoferroviários localizados em Paulínia e Jundiaí, no interior de São Paulo, o que aumenta ainda mais a competitividade do modal.

Perspectivas Futuras

Conforme Thomas, a cabotagem tem muito a oferecer aos usuários. O custo é em torno de 15% mais econômico que o rodoviário. A segurança e integridade da carga também são fatores fundamentais. “A Aliança está apenas começando na cabotagem. Até agora, atingimos apenas 15% do mercado potencial que temos, tomando como base cargas que são movimentadas por mais de mil quilômetros e em uma distância de 150 quilômetros do litoral. Existe um grande potencial a ser explorado e conquistado”, defende.

Na opinião do executivo, a cabotagem não é ainda mais utilizada pelas empresas brasileiras por falta de conhecimento. Para ele, o principal motivo é que quando se muda para a cabotagem ou dedica parte do transporte de cargas para o modal, é preciso fazer algumas mudanças. “Isso requer um planejamento e, às vezes, algumas adaptações na embalagem. Porém, quando as empresas estão bem assessoradas, essa reestruturação não é percebida”, afirma.

Otimista, o diretor-superintendente da Aliança afirma que a cabotagem aumentará ainda mais a participação na matriz de transporte do Brasil. “Estamos desenvolvendo projetos para cargas fracionadas e voltando a atenção não apenas às grandes empresas, mas também para as pequenas e médias. Existe muita potencialidade a ser explorada. Acreditamos que com a recuperação da economia, a Aliança retomará o rumo do crescimento em dois dígitos”, finaliza.

BR-Marítima

Para os usuários do serviço de cabotagem da Aliança, as principais vantagens são os custos mais baixos para longas distâncias, segurança, e previsibilidade, uma vez que a empresa mantém regularidade dos serviços, com saídas semanais – em dias fixos – nos principais portos brasileiros.

Entre os principais serviços destacam-se:

Porta-a-Porta: Sistema que associa o transporte terrestre (rodoviário e/ou ferroviário) e marítimo para coleta e entrega da carga em local definido pelo cliente. As entregas são coordenadas, com agendamento (dia/hora), de acordo com a necessidade do recebedor. O serviço permite uma melhor gestão dos recebimentos através de programação prévia. As equipes responsáveis pelo manuseio das cargas são treinadas dentro do padrão de qualidade da Aliança.

Carga fracionada: É uma extensão do transporte intermodal porta-a-porta. Consiste em uma ou mais coletas para um ou vários destinos diferentes. Tanto as operações de coleta quanto de entrega são conduzidas integralmente pela Aliança, através da contratação de parceiros locais especializados na distribuição fracionada. É ideal para empresas que não conseguem lotar um contêiner, mas que desejam atender clientes com pequenos volumes, mantendo custos baixos ou abrir novos mercados.

Projetos Logísticos Customizados: Soluções específicas de logística, como redesenho de processos de distribuição, gerenciamento de transportes, gestão do fluxo de informações, suporte no desenvolvimento de embalagens, assessoria fiscal e gestão da armazenagem estratégica (estoque avançado e gestão do inventário).

Cargas de Projetos: Consiste no transporte de cargas pesadas, como transformadores, bobinas, entre outros. A Aliança disponibiliza esse serviço regularmente, inclusive com disponibilidade de 4 embarcações com capacidade Roll-On Roll-Off.

Sobre a Aliança Navegação e Logística

Fundada no início da década de 50, a Aliança foi consolidando sua liderança no mercado brasileiro, passando a atuar em todos os continentes. Em 1998, a empresa foi adquirida pelo Grupo Oetker, também proprietário da Hamburg Süd, empresa alemí fundada em 1871.

Com faturamento de R$ 2,4 bilhões em 2008, a Aliança Navegação e Logística tem forte atuação no segmento internacional e é líder no transporte de cabotagem. No ano passado, movimentou cerca de 518 mil TEUs. Atualmente, opera regularmente em 15 portos nacionais e possui 14 escritórios próprios no Brasil.