A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem o edital do primeiro leilão de transmissão de 2011. A disputa está marcada para o dia 10 de junho, na sede da BM&F Bovespa, em São Paulo.
Segundo a agência reguladora, o certame estará dividido em três lotes de empreendimentos com extensão total de 430 quilômetros, investimentos da ordem de R$ 750 milhões e geração de 4,5 mil empregos diretos. A soma das Receitas Anuais Permitidas (RAP), que é o teto de remuneração das empresas vencedoras, ficou em R$ 93,6 milhões.
O objetivo do leilão é a contratação de concessões de empreendimentos que vão integrar a Rede Básica do Sistema Interligado Nacional (SIN), em conjunto com Instalações de Transmissão de Interesse exclusivo de Centrais de Geração (ICG) que comercializaram energia nos leilões de energia de reserva (n. 05/2010) e de fontes alternativas (n. 07/2010).
As ICG são necessárias para escoamento da energia eólica comercializada nos leilões de fontes alternativas e de energia de reserva, neste caso de agosto de 2010, que resultaram na contratação de 1.206,6 megawatts (MW) de potência instalada na Bahia, no Ceará e no Rio Grande do Norte. O edital do leilão de Transmissão está disponível no site da Aneel.
Bons ventos
Esse leilão é o reflexo de um novo círculo virtuoso que se instalou no Brasil com a adoção de dois anos com leilões de eólica. Na opinião do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, essa fonte vem se firmando cada vez mais como alternativa para geração elétrica. Em sua análise, o grande número de projetos desse segmento inscritos para o leilão A-3 e de energia de reserva, previstos para julho referenda essa posição.
A cada leilão mais projetos eólicos são inscritos e com isso o preço de produção tem caído, o que atrai outros investidores. E dessa forma, há a possibilidade de contratar aumentar o volume de energia contratada. Existem várias empresas se instalando aqui e o Brasil pode virar uma plataforma de exportação de equipamentos eólicos, acrescentou.
Para o leilão A-5, que será composto por hidroelétricas, a tendência é reunir as cinco pequenas usinas do rio Parnaíba para licitar em pacote. Vão sair as licenças e essas cinco usinas vão entrar no leilão, duas ainda não tem licença, mas vão conseguir e o licitante poderá levar o pacote. Juntas, ficam mais atraentes, disse. Segundo Tolmasquim, o A-5 deverá negociar 2,1 mil MW de 12 a 15 projetos hídricos.