As áreas de desenvolvimento são oriundas do PAD Conjunto de Gato do Mato, operado pela Shell no pré-sal da Bacia de Santos. Para se tornarem campos, a agência reguladora precisa aprovar os Planos de Desenvolvimento

A ANP divulgou, recentemente, o sumário executivo das áreas de desenvolvimento de Orca e Sul de Orca, que são oriundas do resultado da avaliação realizada pela Shell no âmbito do Plano de Avaliação de Descobertas (PAD) Conjunto de Gato do Mato, localizado no pré-sal da Bacia de Santos.

As áreas de desenvolvimento de Orca e Sul de Orca têm como objetivo principal a produção de condensado na Formação Barra Velha. De acordo com o documento, o reservatório é do tipo carbonato, e as áreas estão situadas em lâmina d’água de 2 mil m, em ambiente de águas profundas e ultraprofundas.

Orca e Sul de Orca derivam-se de dois blocos contíguos na porção norte da Bacia de Santos: S-M-518, que é referente a um contrato de concessão assinado em 2005, e Sul de Gato do Mato, referente a um contrato de partilha de produção obtido em 2017. Ambas as áreas são operadas pelo consórcio formado por Shell (50%, operadora), Ecopetrol (30%) e TotalEnergies (20%).

A Shell anunciou a decisão final de investimentos (Final Investment Decision – FID) sobre o projeto Gato do Mato em março deste ano. O plano de desenvolvimento prevê a instalação de um FPSO projetado para produzir até 120 mil bpd, e o volume estimado de recursos recuperáveis é de aproximadamente 370 milhões de barris.

As operações iniciais envolverão a reinjeção de gás natural para suporte à pressão do reservatório, com possibilidade futura de exportação de gás para instalações onshore. O início de operação está previsto para 2029.

A aprovação do FID foi inicialmente planejada para 2022, mas acabou sendo adiada devido à escalada de custos. A Rystad Energy estima que o desenvolvimento de Gato do Mato deverá custar entre US$ 3,2 bilhões a US$ 3,4 bilhões, e que o projeto pode consolidar o papel do Brasil na produção bruta de líquidos da Shell.

Área de desenvolvimento

As áreas de desenvolvimento de Orca e Sul de Orca são uma declaração de comercialidade parcial. Isso porque a declaração de comercialidade significa que uma empresa (ou consórcio) detentora de contrato para exploração e produção (E&P) de petróleo e gás natural decidiu iniciar o desenvolvimento da área retida visando à produção. Após essa declaração, a área retida passa a ser considerada uma “área de desenvolvimento” até que haja a aprovação de um Plano de Desenvolvimento, momento no qual ela é considerada um “campo produtor”.

A efetivação da declaração de comercialidade ainda será realizada pela ANP, com base no atendimento das determinações da Resolução ANP nº 845/2021 (que estabelece os requisitos, critérios e procedimentos para a apresentação e a aprovação pela ANP do Plano de Avaliação de Descobertas de Petróleo ou Gás Natural – PAD, do Relatório Final de Avaliação de Descobertas de Petróleo ou Gás Natural – RFAD, e para a apresentação da Declaração de Comercialidade).

Fonte: Revista Brasil Energia