A 11ª rodada de leilões de áreas exploratórias da Agência Nacional do Petróleo (ANP) com áreas no mar deve ser anunciada em breve, depois da reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A minuta do contrato da nova rodada será colocada em audiência pública e a expectativa do mercado é grande, pois desde 2006, quando a ANP retirou 41 blocos do pré-sal oferecidos na 8ª rodada, foram poucas as ofertas de áreas marítimas no país. A última oferta de blocos no mar foi feita em 2007, na 9ª rodada. O leilão seguinte só teve blocos em terra e o país vai completar três anos sem licitação de novas áreas. Mais aguardada pela indústria do mundo todo, a oferta do pré-sal para partilha de produção, novo modelo introduzido no ano passado, ainda não tem decisão do governo. Se por um lado a ANP já tem uma área para oferta – o reservatório de Libra, no pré-sal da bacia de Santos, onde foi encontrada uma coluna de 327 metros de óleo com espessura líquida (net pay) de 304 metros e reservas estimadas em 5 bilhões de barris – ainda faltam definições importantes. Apesar de já ter sido criada na forma de lei, a empresa Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA), que vai gerenciar os contratos, ainda precisa de um decreto presidencial para operar. Também falta decisão legal sobre a cobrança e a distribuição dos royalties no regime de partilha, já que a proposta que existia foi vetada. O foco da 11ª rodada será dado às bacias da chamada margem equatorial, que se estende do Rio Grande do Norte até o Amapá e engloba a Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar (porção marítima), além de bacias maduras. A ANP considera a margem equatorial a próxima fronteira a ser desbravada. Estudos indicam que a região tem muitas semelhanças com a margem equatorial africana, onde foram feitas relevantes descobertas no mar da Costa do Marfim (com destaque para o campo de Baobab) e Gana, onde foi encontrado o campo Jubilee, com reservas estimadas em 600 milhões a 1,8 bilhão de barris. Seja do pré-sal ou não, uma nova rodada vai aumentar a atividade exploratória no Brasil. Segundo levantamento da ANP, no ano passado foram perfurados 185 poços no país, a maioria no Sul e Sudeste. Desses, 141 resultaram em descobertas notificadas à agência. A Petrobras continua sendo a maior investidora em perfuração seja em termos anuais ou na década. Desde agosto de 1998 a estatal foi responsável por 84% das perfurações no Brasil. Nos nove primeiros meses de 2010 a Petrobras contribuiu com 59% dos R$ 8,4 bilhões investidos na exploração de áreas no Brasil. O segundo lugar, com 14% dos investimentos, é da brasileira OGX, que só chegou em 2007, mas já investiu mais no país do que empresas que operam desde a abertura do setor, como a Repsol (11%), Anadarko (6%) e Devon (2%). Este ano, a ANP vai contratar um levantamento sísmico 3D na bacia de Santos e análises geoquímicas nas bacias do Tacutu/Caiabis (Roraima) e Foz do Amazonas, e 2D nas bacias do Ceará e Parnaíba (MA), entre outros. O orçamento da ANP para projetos atinge os R$ 200 milhões por ano.