O Acre pode ter, já a partir do ano que vem, uma base de exploração de gás e petróleo, que ficaria localizada na região do Vale do Juruá, abrangendo os municípios de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Ipixuna e Guajará, estes dois últimos no Amazonas.
A camada petrolífera é uma extensão da Bacia do Solimões, onde estão os campos de Rio Urucu (RUC) e Leste de Urucu (LUC), operados pela Petrobras e que lideram a produção de gás natural do País com volume de 11,4 milhões de metros cúbicos (m3) por dia.
Esta expectativa foi criada semana passada quando a diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard afirmou que a região acreana vai receber investimentos na ordem de R$ 130 milhões somente nesta primeira etapa.
Ela esteve em Rio Branco quarta-feira à noite para uma reunião em caráter reservado com o governador Tião Viana, secretários e um grupo de empresários (João Albuquerque, Carlos Afonso, Carlos Sasai e João Francisco Salomão), ligados à Federação das Indústrias.
A diretora da ANP apresentou aos setores públicos e privados os resultados dos estudos feitos pela agência na região que confirmou a existência de gás natural e de petróleo fino, especial, que agrega maior valor, na região fronteiriça do Acre e do Amazonas.
Magda Chambriard teve, inclusive, que usar um equipamento de Data Show para explicar os resultados considerados positivos para o Acre e parte do Amazonas. Ela confirmou que não foram constatadas reservas no estado de Rondônia.
A visita da representante da ANP foi para comunicar que em 2012 está prevista a instalação de uma base para prospecção e também os leilões dos lotes de exploração petrolífera no Estado que podem ocorrer em 2013. Ela confirmou ainda que as empresas do Acre, em consórcio ou não, sejam pequenas, médias ou grande, desde que assegurem um capital inicial de R$ 50 milhões.
Na fase de exploração do gás e petróleo, segundo a ANP, as empresas costumam formar consórcios que adquirem o direito de explorar vários campos de prospecção. Isso ocorre porque a presença de petróleo e gás em alguns campos compensa os investimentos feitos nos campos que não apontarem quantidades de matéria-prima suficiente para a exploração comercial.
O presidente da Federação das Indústrias, Carlos Sasai, e seu vice, João Francisco Salomão, confirmaram que a ANP repassou todos os resultados dos estudos que vinham sendo realizados há três anos.
Pelas informações dos empresários os estudos de prospecção devem prosseguir até o ano que vem. Depois disso se darão as licitações para exploração. Para a ANP são certas a ocorrência e a quantidade compensatória de gás e petróleo na região do Acre.
Segundo a agência a prospecção de matérias-primas energéticas encontra-se na terceira e última fase no Estado, que é a de levantamento sismológico. Antes foram feitos estudos de aero-gravimetria, realizados com sobrevoos de aeronaves com equipamentos altamente sensíveis aos gases expelidos naturalmente por jazidas petrolíferas. A segunda fase se deu no solo, com estudos geofísicos e geológicos.
A Bacia do Solimões, onde estão os maiores produtores em terra, é a terceira maior em produção de óleo e gás associado, com um volume de 109,1 mil boe/dia, atrás de Santos e Campos.