Maior parte do valor (73,5%) é para perfuração de 25 poços exploratórios, mas de janeiro a março só dois foram perfurados no país, pela Petrobras e pela Shell
A exploração de petróleo e gás no Brasil neste ano deverá receber investimentos de U$ 1,5 bilhão (R$ 8,5 bilhões no câmbio de R$ 5,68 de hoje), chegando à ordem de US$ 2,3 bilhões (R$ 13 bilhões) no período de 2025 a 2028. Os valores constam da atualização do Painel Dinâmico da Previsão de Atividades e Investimentos na Fase de Exploração dos contratos de exploração e produção de petróleo e gás natural publicado pela ANP e divulgado nesta terça-feira (1).
Segundo a agência, com base nos Planos de Trabalho Exploratório (PTE) apresentados pelas operadoras e aprovados pela reguladora, a perfuração de poços será a atividade que mais impactará os investimentos previstos para 2025, com US$ 1,1 bilhão (R$ 6,2 bilhões) projetado para a perfuração de 25 poços exploratórios, 73,5% dos investimentos estimados para o ano.
A atividade exploratória no país, entretanto, está em ritmo lento. Segundo o Painel Dinâmico da Fase de Exploração do site da ANP, nos três primeiros meses deste ano apenas dois poços exploratórios foram perfurados em todo o país. O poço 1-BRSA-1384-RJS, perfurado pela Petrobras na Bacia de Campos a partir de 24 de fevereiro, e o poço 1-SHEL-36-RJS, perfurado pela Shell também na Bacia de Campos a partir de 16 de fevereiro, que teve notificação de descoberta de indícios de gás publicada hoje (1) pela Brasil Energia.
Os dados da ANP mostram que a atividade exploratória no país está em declínio, o que ameaça a reposição de reservas. Nos anosa de 2008 e 2011, foram perfurados, respectivamente, 139 e 150 poços em cada ano, mas esse número anual caiu para 10 poços perfurados no ano passado.
Do investimento exploratório total projetado pela ANP para 2025, 95% estão concentrados nas bacias marítimas segundo a ANP. Para as bacias da Margem Leste (bacias marítimas de Pernambuco-Paraíba, Sergipe-Alagoas, Jacuípe, Camamu-Almada, Jequitinhonha, Cumuruxatiba, Mucuri, Espírito Santo, Campos, Santos e Pelotas), o total pode chegar a US$ 1,45 bilhão (R$ 8,2 bilhões), o que representa 93,6% dos investimentos totais previstos para 2025 e 98,8% dos investimentos previstos a serem realizados em bacias marítimas no mesmo ano.
Segundo a ANP, as informações do painel estão sujeitas a atualizações pelas empresas detentoras de contratos de E&P e a estimativa refere-se somente à Fase de Exploração dos contratos de E&P, não incluindo a fase de Desenvolvimento e Produção.
Fonte: Revista Brasil Energia