A ANTAQ participou, em 14 de junho, do 6º Encontro de Logística e Transportes. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) organizou o evento, que aconteceu na capital paulista. O gerente de Desenvolvimento e Regulação da Navegação Interior, Adalberto Tokarski, e o gerente de Desenvolvimento e Regulação da Navegação Marítima e de Apoio, Wagner Moreira, representaram a Agência.
Em sua palestra, Tokarski defendeu o uso múltiplo das águas. O gerente ressaltou que os recursos hídricos devem ser utilizados para o consumo, a irrigação, a piscicultura, geração de energia elétrica, o transporte aquaviário, entre outros.
O gerente lembrou que o uso da água para a navegabilidade está previsto em lei (9.433/97). A norma traz no artigo 2º, que um dos objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos é “a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável”.
Tokarski destacou também que o transporte hidroviário emite menos gás carbônico na atmosfera, é mais seguro e econômico em relação aos modais rodoviário e ferroviário. O gerente apresentou exemplos de outros países que investem na navegação interior e conseguem ter uma logística eficiente. Estados Unidos, Holanda e Bélgica são alguns deles.
Durante o encontro, ANTAQ e Fiesp anunciaram a intenção de organizar uma reunião, em São Paulo, do G5 + 1, grupo formado por representantes dos cinco estados que estão na área de influência da Hidrovia do Paraná-Tietê (Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo) e do governo federal. A ideia do G5 + 1 é se reunir de forma rotineira. Os encontros terão como objetivo debater temas sobre a Hidrovia do Paraná-Tietê. Entre eles estão a eliminação de gargalos, aumento de extensão, construção de eclusas e de terminais portuários para movimentação de cargas e intermodalidade.
Tokarski enalteceu que a Paraná-Tietê é uma hidrovia brasileira de sucesso. “Desde 2006, a movimentação na Paraná-Tietê vem crescendo 11% a cada ano. Atualmente a hidrovia transporta cinco milhões de toneladas”, apontou o gerente, informando que a Transpetro fará investimentos, que possibilitarão mais que dobrar essa movimentação.
Wagner Moreira palestrou no painel intitulado Revitalização da Cabotagem Brasileira. Durante sua apresentação, o gerente destacou que a marinha mercante nacional é estratégica para o país. Além disso, Moreira enfatizou que a navegação de cabotagem é essencial para o desenvolvimento do Brasil. “A navegação de cabotagem deve continuar protegida e incentivada, a exemplo do que ocorre no mundo”, ressaltou.
O gerente apontou ainda as vantagens comparativas da cabotagem sobre os transportes rodoviário e ferroviário. Além disso, enfatizou que a frota mercante brasileira deverá crescer nos próximos anos.