A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) defende uma melhor distribuição da matriz de transportes no País. Para o órgão, há necessidade de que a participação aquaviária seja ampliada de 7% para 29%.
A proposta foi manifestada pelo diretor-geral da Antaq, Fernando Fialho, durante sua participação no Santos Export 2009 – Fórum Nacional para Expansão do Porto de Santos, realizado na semana passada, na Cidade. O seminário foi uma iniciativa do Sistema A Tribuna de Comunicação.
Segundo Fialho, a meta terá de ser atingida até 2024, conforme detalhado no Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT).
A mudança noperfil do transporte, essencialmente rodoviarista, depende de incentivos à cabotagem e à migração das cargas para as hidrovias, explicou o diretor-geral. Quando a carga é transferida para o modal aquaviário, o custo da logística fica menor. Então, deixa mais dinheiro no campo, ficando na mão de quem produz, comentou.
Fernando Fialho ainda avaliou que a mudança na matriz de transportes também é benéfica do ponto de vista ambiental. A redução de CO2 tem que ser uma oportunidade para os nossos portos e nosso sistema logístico. A Antaq se propõe a instigar os setores a essas soluções.
ENTRAVES
A manifestação de Fialho ecoou nas palavras do presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, que também participou do Santos Export. Ele defendeu uma redução nos custos portuários para impulsionar o modal aquaviário.
Segundo Manteli, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que, entre 900 empresas, 41,5% apontaram os preços portuários e aeroportuários como entraves às exportações. E 49,1% atribuíram alguma responsabilidade às autoridades por dificuldades nas operações. Burocracia significa tempo improdutivo. E tempo improdutivo significa mais custos.
Para o executivo, se o País reduzir 10% dos custos logísticos poderá aumentar em torno de 20% as suas exportações.
As empresas de construção naval apresentam a capacidade de realizar acordos com fornecedores internacionais de tecnologia, transferindo ao país esse conhecimento, gerando mais de 45 mil empregos diretos no país, mantendo com a indústria nacional de navipeças um programa de aumento do fornecimento local de equipamentos, através de programas desenvolvidos pelo Ministério de Minas e Energia, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e do SINAVAL. Realiza esse esforço com o aperfeiçoamento das relações trabalhistas em conjunto como Ministério do Trabalho e Emprego.