O mercado internacional da soja e do milho vai sentir nas próximas semanas o peso de uma safra cheia saindo da Argentina, segundo maior produtor de grãos da América do Sul e terceiro maior exportador global de soja e milho.
Depois de enxurradas e secas, as lavouras rendem perto de 50 milhões de toneladas de soja e 25 milhões de toneladas de milho, segundo estimativas da Expedição Safra Gazeta do Povo.
São 12 milhões de toneladas de grãos a mais do que no ano passado. A colheita entra em sua fase mais movimentada e força a retomada das vendas, que foram adiadas, primeiro pela incerteza em relação ao volume da produção e depois pelas quedas nas cotações internacionais.
Maior parte da colheita de grãos da Argentina ainda não foi negociada. Segundo a Bolsa de Rosário, 80% da produção de soja, ou 40 milhões de toneladas, precisa de compradores. Esse volume começa a chegar ao mercado ao mesmo tempo em que o Brasil, principal fornecedor mundial, finaliza uma colheita recorde da oleaginosa.
A safra argentina é a segunda maior da história do país e derruba as previsões de quebra climática, apurou a Expedição na última semana em viagem de 2,5 mil quilômetros pelo país.
Não chega aos 55 milhões de toneladas de soja esperados no início do ciclo, em setembro de 2012, mas confirma um ano de retomada e desafia a logística de um país privilegiado pela proximidade entre as lavouras e os portos. A colheita é 10% inferior ao recorde de 2009/10, mas 15% mais volumosa que a do ano passado. Segue a tendência registrada nas lavouras de verão no Brasil, que rendem 22% mais soja que na temporada 2011/12 (81,6 milhões de toneladas) e põem a infraestrutura em xeque.