Análise da Rystad Energy demonstra como o crescimento da produção impulsiona o país a investir no potencial de exportação e na monetização de suas reservas de gás no futuro

A Argentina está em busca de uma estratégia nacional e multifásica de exportação de GNL, devido ao aumento trimestral e anual da produção de petróleo e gás de Vaca Muerta, respectivamente, explicou a Rystad Energy em análise divulgada na terça-feira (17). Segundo estimativas da consultoria, a produção de petróleo teve alta de 26% ao comparar o 1T25 com o 4T24, e a produção de gás aumentou 16% em relação a 2024.
A partir desses resultados, a Rystad entende que o crescimento está afastando o país da dependência de importação de gás e tornando-o próximo de uma autossuficiência energética. Além disso, com a ajuda de incentivos de investimento em projetos de infraestrutura e armazenamento, a Argentina mira na potencial exportação e monetização de suas reservas de gás no futuro.
“O que significa que a Argentina pode em breve se tornar um ator fundamental no fornecimento global de gás, remodelando significativamente os mercados e a geopolítica energética”, disse o vice-presidente de Pesquisa Upstream, Radhika Bansal.
Um dos principais projetos que sustentam as ambições de exportar o GNL da Argentina é o Southern Energy LNG. Esta iniciativa utilizará dois navios flutuantes de GNL (FLNG), o Hilli Episeyo e o MK II, ambos abastecidos pela Golar LNG. Essas unidades serão posicionadas na costa da província de Rio Negro, oferecendo, em conjunto, uma capacidade de exportação de 6 milhões de toneladas por ano (Mtpa) para o país.
A decisão final de investimento (FID) para o MK II está prevista para o terceiro trimestre de 2025, com a primeira produção do Hilli Episeyo prevista para o final de 2027 e a entrada em operação do MK II prevista para o final de 2028.
Já a YPF está em ação com novos desenvolvimentos em larga escala para “liberar o potencial de exploração de GNL”. A segunda fase, ARGFLNG 2, é uma parceria com a Shell (que se juntou a ela no final de 2024) e espera-se que atinja uma capacidade de 10 Mtpa. Em seguida, a terceira fase, ARGFLNG 3, com a Eni como potencial parceira estratégica, poderá contribuir com mais 12 Mtpa. A Rystad espera que esses desenvolvimentos de FLNG atingirão a capacidade máxima até o final da década de 2030.
A longo prazo, a consultoria aponta como fator para o crescimento das exportações o projeto do oleoduto Vaca Muerta Oil Sur (VMOS). Com início de operação previsto para 2027, o VMOS estabelecerá uma ligação direta entre a Bacia de Neuquén e a Costa Atlântica através do porto de Punta Colorada.
Fonte: Revista Brasil Energia