Os constantes aumentos de fretes marítimos anunciados estão causando desconforto no mercado argentino. O Consejo de Cargadores, do qual participam a Cámara Argentina de Comercio e a Unión Industrial Argentina, emitiu comunicado expressando as necessidades dos exportadores e importadores a respeito das condições do transporte internacional, portos e logística.

O texto expressa sua profunda preocupação pelos recentes anúncios de aumentos em algumas linhas marítimas e alta dos fretes em média entre 40% e 50%.

Para a entidade, há cartel no transporte marítimo internacional, que se traduz em conferências, joints e acordos operativos, fenômeno que deu lugar nos países desenvolvidos a normas e requisitos especiais para a não aplicação da normativa antitruste.

O contraditório e paradigmático é que as linhas marítimas devem cumprir nos Estados Unidos e na União Europeia requisitos mínimos para que não se apliquem as normas relativas à defesa da concorrência e essas linhas marítimas se apresentam na Argentina e no Mercosul como se competissem, aponta o comunicado.

Segundo o Consejo de Cargadores, a pretensão é recompor as supostas perdas transferindo custo para embarcadores e é a exteriorização mais evidente de sua conduta inadequada e as consequências gravosas que implicam em imperfeita competência.

O comunicado acrescenta ainda que os valores dos fretes marítimos, em geral, sempre representaram entre 7% e 8% do valor FOB dos produtos que transportam, mas supondo que os valores atuais dos fretes se mantenham, estaríamos tratando de cerca de US$ 7,5 milhões por ano em transporte marítimo somente.

Estatísticas oficiais indicam que o comércio exterior da Argentina este ano alcançará US$ 92 milhões, com um superávit de US$ 18 milhões.