As armadoras CSAV e MSC entraram em acordo para a operação conjunta de linhas de navegação para o transporte de cargas em contêineres. Um dos novos serviços ligará a América do Sul ao Oriente Médio, com escala no Porto de Santos. A parceria envolve serviços entre o Norte da Europa e a Costa Oeste da América do Sul; entre a Ásia e a África do Sul; entre a Costa Leste da América do Sul e o Oriente Médio; e entre a África do Sul, oOrienteMédioeaÍndia. O fechamento do negócio, que poderá durar três anos, foi anunciado pela CSAV ontem à tarde.O acordo expandirá nossa cobertura nesses mercados, melhorando os prazos de transporte e a frequência (de navios), possibilitando-nos oferecer ums erviço melhor para nossos clientes, comunicou a armadora chilena, que deu ênfase a sua visão positiva em relação ao crescimento econômico futuro e ao desenvolvimento deses importantes mercados. A nova linha que passará pela Costa Leste da América do Sul terá escalas semanal, começando no início do próximo mês. Envolverá duas pernas. Na primeira, utilizará oito navios, cada um com capacidade para 5mil a 6mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), escalando em Suape (PE), Santos, Buenos Aires (Argentina), Rio Grande (RS), Navegantes (SC), São Francisco do Sul (SC), Itaguaí (antigo Sepetiba, RJ),novamente Suape, Las Palmas (Espanha) e Valência (Espanha), além dos portos do Oriente Médio, que aindanãoforamrevelados. Asegunda rota terá cinco embarcações, cada uma com capacidade de 4 mil a 5 mil TEUs, passando pelos portos de Salvador(BA), Santos, RiodeJaneiro, Navegantes, Paranaguá (PR), RioGrande, de novo Santos, Las Palmas e Valência, além dos complexosdo Oriente Médio. A assinatura do acordo foi adiantada por A Tribuna na edição de ontem. A CSAV contatou também a francesa CMA CGM para uma parceria deste tipo, mas nada foi firmado ou pelo menos anunciado até o fechamento desta edição. Procurada, a armadora chilena não informou se ainda há negociações em andamento entre as partes.
MERCADO
O anúncio é feito em um mo- mento difícil para a navegação. Algumas armadoras, entre elas aprópria CSAV, cortaram serviços em outras rotas devido à alta oferta frente à baixa demanda em determinadas regiões do globo. Com uma grande oferta, o movimento no mercado foi de retração dos preços, o que motivou os ajustes de rotas. O ano difícil foi previsto pelo segmento devido à crise econômica na Europa, o acidente nuclear no Japão, conflitos locais no Egito e na Síria e desastres naturais na Austrália. A despeito das dificuldades previstas pelo mercado, a confiança no futuro tende a continuar norteando os investimentos em novas embarcações. É o que sinalizou a CSAV no início deste mês, ao concluir uma captação de US$ 430 milhões com a venda de ações. A capitalização deve dar sustentação ao plano da companhia de adquirir nove navios até o próximo ano, aumentando dos atuais 41 mil TEUs de capacidade flutuante para 104 mil TEUs, segundo informações divulgadas pelo jornal chileno Diario Financiero. O investimento total chegará, segundo o periódico, a US$ 1 bilhão.