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Clippings - 20/10/09

Armadoras lamentam crise mundial e tentarão recuperar prejuízos em 2010

Combustível com preços exorbitantes, excesso de navios no mercado e pouca carga em circulação devido à crise mundial. O resultado da combinação descrita acima foi trágico para as armadoras que lidam com o transporte de contêineres. Tanto que o prejuízo do setor em 2008 será de US$ 20 bilhões, o equivalente a R$ 34 milhões. A esperança das empresas é que o ano de 2010 cumpra o que se espera dele e seja palco para a recuperação do setor, um dos mais castigados pelo colapso econômico global iniciado em setembro de 2008.

* Contêiner vazio sem ICMS ajuda exportador brasileiro
* Empresas conseguem reagir, mas infraestrutura não ajuda
* Terminais buscam equacionar demandas para contêineres
* Para CentroNave, Decreto 6.620 restringe opções para armadores

Quem falou sobre o assunto foi o diretor-superintendente da Aliança Navegação e Logística, Julian Thomas, Durante o evento que marcou os 10 anos de atuação da empresa na cabotagem brasileira, o empresário abriu o jogo e elencou os desafios do setor para os próximos anos. E 2010 será decisivo. Tudo porque a quantidade de cargas conteinerizadas em circulação caiu 9,1% entre 2008 e 2009. Para Julian, a redução de gastos foi uma das saídas encontradas para diminuir o prejuízo. Até porque ninguém esperava um tombo tão feio entre os contêineres.

“O transporte de contêineres sempre teve uma taxa de crescimento superior à taxa de crescimento da economia mundial. Em 2007, por exemplo, o comercio mundial subiu 52,% e as negociações com contêineres aumentaram 11%. Porém, o nefasto ano de 2008 acabou com nossas projeções e expectativas. Os armadores estavam esperando por um crescimento continuo, foram feitos investimentos pesados, mas isso tudo precisou passar por uma revisão. É triste vermos navios parados perto de portos brasileiros, mas esta é a saída. E se nada for feito, a tendência é piorar”.

Em azul, o traçado do crescimento econômico mundial; em
vermelho, o gráfico aponta a evolução do transporte de contêiner

Na Aliança, uma das saídas estudadas era o sucateamento dos navios mais antigos. Contudo, os executivos da empresa tomaram um susto ao constatar que 48% das embarcações no mundo têm até quatro anos de uso. “Estamos diante de uma frota jovem”, reconheceu Julian Thomas. Logo depois, o pessoal da Aliança atentou-se a um detalhe: o combustível estava pesando demais no orçamento, era responsável por 60% dos custos de um navio. A tonelada do óleo usado em uma embarcação deste porte custava US$ 154 em 2004. Hoje, está orçada em R$ 420,00.

“Reduzimos sim de maneira drástica a velocidade dos navios. Assim, eu consegui estancar os gastos com combustível e aumentei a demanda por embarcações. Cito como exemplo a rota entre Brasil e Estados Unidos. Ela levava 42 dias a ser feita, com seis navios a cada semana fazendo o trajeto. Agora, está levando pelo menos 49 dias, mas o gasto com óleo caiu e a utilização de sete navios se tornou um capítulo fundamental para nós. Definitivamente, eu entendo que há uma luz no fim deste túnel longo”.