O diretor do Sindicato dos Armadores (Syndarma), Roberto Galli, confia na aprovação, pelo governo de modernização do Registro Especial Brasileiro, ou Novo REB, que está em exame na Casa Civil. Com o Novo REB, os custos poderão cair – seja por subsídios, isenções ou outra forma aprovada pelo governo – e, pouco a pouco, as empresas brasileiras poderiam voltar a portos internacionais. No momento, o Brasil convive com um déficit de fretes que chegou a US$ 16 bilhões em 2010.
– Em geral, pode-se dizer que o custo brasileiro é o dobro do estrangeiro – afirma Galli. Ele não quer reduzir salários dos marítimos, mas cortar acréscimos na folha salarial, que não vão para o bolso dos tripulantes, mas oneram os armadores. A fórmula está em estudos em Brasília. Sobre a cabotagem, lembra que vai bem e que eventuais críticas são as de quem usa o sistema, como um passageiro de trem que reclama do meio de transporte mas não o troca por outro. Lamenta que haja cobrança de ICMS sobre combustíveis na cabotagem.
Em relação a práticos, Galli revela que a entidade tem feito negociações, sem maiores confrontos. Em relação a portos, o Syndarma não entra em detalhes, mas defende que sejam corredor e não degrau. Galli cita frase de Deng Xiao Ping, segundo a qual não importa a cor do gato, desde que cace os ratos. Os armadores querem portos eficientes, sem entrar em detalhes de como serão as normas do governo para disciplinar o setor.
Em relação à polêmica sobre mão-de-obra, dados oficiais do Syndarma indicam que, este ano, há carência de 288 oficiais de marinha mercante em relação às necessidades e que essa falta atingir nada menos de 1.339 oficiais de marinha em 2014. Segundo Galli, a Marinha do Brasil – que forma os oficiais – já tomou medidas para médio e longo prazo e o problema se resume ao curto prazo. Além disso, citou que há evasão – gente formada que toma outros rumos, o que se constitui em fator aleatória. Outro ponto é que os navios estão cada vez mais sofisticados e, portanto, não há como apressar a formação de pessoal, de quem se exige excelente capacitação. No Syndarma, hoje, há maioria de associados ligados ao apoio marítimo, 24, em comparação com 15 armadores de navegação comercial.