O Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em operação no Complexo de Suape, solicitou ao Fundo da Marinha Mercante (FMM) um crédito adicional de R$ 150 milhões. Os recursos serão usados na construção de uma área de edificação e acabamento de blocos, que vai permitir um aumento na velocidade de construção e de lançamento das embarcações ao mar.
O diretor adjunto de navios do EAS, Wanderley Marques, diz que o pedido de crédito foi encaminhado no mês passado. “Estamos aguardando a próxima reunião do conselho diretor do Fundo da Marinha Mercante para a aprovação do financiamento”, diz. A expectativa é que o próximo encontro de diretoria do Fundo ocorra em outubro, mas a data ainda não foi definida.

Marques explica que a implantação de uma área de edificação e acabamento será uma alternativa para a construção de navios menores, que podem ser montados em paralelo (nesse novo espaço), enquanto outras embarcações passam pelo dique seco. “Construir um novo dique custaria, no mínimo, o dobro do valor que vamos investir nessa área”, compara.

Com o investimento, a estratégia do estaleiro é usar uma operação conhecida no jargão naval como load out, onde a embarcação é construída em terra (sobre trilhos) e depois empurrada para dentro do dique. “Com isso é possível cortar o tempo de passagem dentro do dique e utilizar melhor a capacidade de processamento do estaleiro”, destaca Marques.

Com 22 navios em carteira (encomendados pela Transpetro), além do casco da plataforma P-55 (para a Petrobras), a diretoria do EAS precisa correr para atender aos cronogramas e ter disponibilidade para aceitar novas encomendas. A Vale, por exemplo, está interessada em construir navios VLOC (graneleiros para transporte de minério de ferro), mas o EAS está com a capacidade ocupada até 2013. A mineradora encomendou 12 navios a estaleiros chineses e vai pagar US$ 1,6 bilhão por eles.

A entrega do primeiro petroleiro suezmax para a Transpetro está prevista para abril de 2010 e, quatro meses depois (em agosto), a Petrobras recebe o casco da P-55. Durante o evento de comemoração dos 75 anos do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Pernambuco (Simmepe), na última quinta-feira, no JCPM Trade Center, o presidente do EAS, Angelo Bellelis, disse que a entrega do casco será no Rio Grande do Sul. Lá, será construído o restante da plataforma, com a colocação de módulos e equipamentos.