A concentração populacional e econômica no litoral, o avanço acelerado do PIB nas regiões Norte e Nordeste e a extensão da costa brasileira estão impulsionando a cabotagem como alternativa ao transporte rodoviário, sobretudo nas rotas longitudinais de longa distância.
De acordo com a Antaq, a movimentação de cargas em contêineres pela navegação interior – modalidade na qual o navio compete diretamente com o caminhão – teve um crescimento de cerca de 8% nos últimos 12 meses, apesar do desempenho fraco do PIB nacional e industrial.
Em 2012, foram 7 milhões de toneladas transportadas em contêineres entre portos brasileiros. Enquanto a ampliação e a manutenção das malhas rodoviárias e ferroviárias são um gargalo nacional, a grande “BR-Marítima” tem 10 mil quilômetros do porto de Rio Grande a Manaus – o equivalente ao trajeto de Recife e Le Havre, na França.
Um navio consume oito vezes menos combustível para mover a mesma quantidade de carga que um caminhão e tem emissões de CO2 quatro vezes menor.
Para Cleber Cordeiro Lucas, presidente da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac), o setor é atrativo. “A eficiência energética se traduz em maior competitividade para o usuário do sistema”, diz.
Vital Jorge Lopes, diretor-presidente de relações com investidores da Log-In Logística Intermodal, afirma que a cabotagem é eficiente acima de 1500 quilômetros.
A Log-In é especializada em soluções integradas (one stop shop) para movimentação portuária e transporte de contêineres porta-a-porta.
“Nossos estudos indicam que para cada contêiner transportado por estrada, três poderiam estar na cabotagem”. O Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) projeta que até 2021 triplique a movimentação de contêineres em navios por rotas rotas nacionais, chegando a 3,3 milhões de TEUs.
A distância dos grandes centros fornecedores e consumidores, e a demanda por competitividade dos produtos da indústria fizeram Manaus passar na última década por um crescimento significativo na cabotagem.
Até o fim dos anos 1990, o transporte de cargas era feito integralmente por caminhões embarcados em semirreboques em Porto Velho e Belém.