A gigante alemí Basf tem planos ambiciosos para a América do Sul: quer crescer a um ritmo de 8% ao ano até 2020, acima dos 6,5% projetados para o mercado químico na região. E, para atingir essa meta, decidiu ampliar a capacidade de produção de seus negócios tradicionais, como defensivos agrícolas e tintas, e estuda sua entrada na área de exploração e produção de petróleo no pré-sal, mostra reportagem de Eliária Andrade e Aguinaldo Novo, publicada neste domingo pelo GLOBO.
— Queremos conversar com a Petrobras e entender a tecnologia que será usada na extração de petróleo — confirmou o químico alemão Alfred Hackenberger, que no dia 1 de maio assumiu a presidência da Basf para a América do Sul.
Através da subsidiária Wintershall, a Basf já explora petróleo em águas rasas e gás na Europa, na África e na Rússia. Também opera desde 1978 na Argentina, onde detém as concessões de 15 poços. Em complemento, a empresa produz ainda compostos químicos que ajudam a aumentar a vida útil e a produtividade dos campos de petróleo.
— Já negociamos com a Petrobras o fornecimento desses surfactantes — disse ele.
É fácil entender o interesse. A Wintershall tem respondido por fatias crescentes do faturamento do grupo na Europa. Além disso, a possível entrada no pré-sal poderia representar a garantia de acesso à matéria-prima, reduzindo as compras de petróleo de terceiros.