Os presidentes do BNDES, Luciano Coutinho, e do Sinaval, Ariovaldo Santana da Rocha, assinaram convênio para o fortalecimento da capacidade empresarial da cadeia produtiva da indústria da construção e reparação naval e offshore.
O acordo prevê intercâmbio de informações, cooperação em prol da ampliação do acesso ao crédito e outros serviços financeiros, incentivo à modernização tecnológica das empresas do setor , além de ações conjuntas de promoção da responsabilidade socioambiental.
Coutinho destacou que o BNDES tem a missão da industrialização, contribuindo para o aumento do índice de conteúdo local dos bens produzidos no país – O BNDES é estruturalmente aliado ao desenvolvimento, disse. Para ele, o grande volume de encomendas da Petrobras e do setor privado envolvido com atividades offshore representa oportunidade imperdível para o desenvolvimento da cadeia produtiva da indústria naval, inclusive de equipamentos mais sofisticados. “Até recentemente, questionava-se o Brasil seria capaz de produzir sondas para o setor petrolífero”, lembrou ele, prevendo novos embates no futuro.
Acredita-se que o objetivo do estudo seja o de garantir, para a indústria nacional, as encomendas gerais da Petrobras e do pré-sal. Somente para o pré-sal estimam-se gastos de US$ 150 bilhões em dez anos, com 97 plataformas de produção, 510 barcos de apoio e 49 navios.
Segundo fontes do setor, a construção naval, após ter chegado ao fundo do poço no ano 2.000, começou a se recuperar, com mais capital e tecnologia moderna. Graças a encomendas em série, conseguiu-se que os preços sejam descendentes, ou seja, a primeira unidade é mais cara – por coincidir com o esforço de renascimento do setor – e as seguintes unidades apresentam valores menores.
No entanto, em razão de dumping de outros países, notadamente da China e de outras nações da Ásia e da questão cambial – pois o real valorizado encarece a produção nacional em todas as áreas – o Governo fará um estudo conjunto com empresários, de modo a garantir condições para que a indústria nacional supra as encomendas do pré-sal, mas a valores competitivos.