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Clippings - 12/09/24

BNDES aprova R$ 3,7 bilhões para transporte de minérios em hidrovias

Arquivo/Divulgação ERM

Recursos, provenientes do FMM e priorizados na última semana, serão destinados à construção de 400 balsas e 15 empurradores em seis estaleiros, localizados nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou o financiamento de R$ 3,7 bilhões para a LHG Logística para a construção de 400 balsas e 15 empurradores destinados ao transporte hidroviário de minérios de ferro e manganês pelos rios Paraná e Paraguai. Os recursos foram priorizados na 56ª reunião do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM), realizada na última sexta-feira (6). As embarcações serão produzidas em seis estaleiros brasileiros ao longo dos próximos quatro anos, com expectativa de geração de 5,5 mil empregos diretos e indiretos.

De acordo com o BNDES, 87% dos recursos financiados serão aplicados em estaleiros das regiões Norte e Nordeste. Portos e Navios apurou que as balsas estão previstas para construção nos estaleiros Eram e Juruá, no Amazonas, Rio Maguari (PA) e Enseada (BA). Já os empurradores devem ser construídos nos estaleiros Rio Maguari (PA), Wilson Sons (SP) e Detroit (SC).

A LHG Logística é o braço de logística da mineradora LHG Mining, que faz parte do grupo J&F. Em nota, o presidente da LHG Mining, Aguinaldo Filho, avaliou que a operação viabiliza o aumento da eficiência e da capacidade de escoamento de minério da LHG, necessários para fazer frente ao crescimento da produção, além de gerar empregos na construção dos equipamentos navais, na operação da hidrovia e nas atividades mineração.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que a aprovação do projeto irá fortalecer a indústria naval e gerar empregos nas regiões Norte e Nordeste, além de reforçar a integração regional com Paraguai, Argentina e Uruguai. “A aprovação desse projeto vai melhorar significativamente o escoamento de minérios pelos rios Paraná e Paraguai, além de fortalecer a indústria naval”, disse Costa Filho, em nota.

O projeto priorizado pelo CDFMM permitirá a ampliação do escoamento de minérios extraídos em Corumbá (MS) e carregados nas barcaças, atravessando 2.500 km pela hidrovia, cruzando o Paraguai, até chegar ao terminal marítimo de Nova Palmira, no Uruguai, onde são carregados em navios de longo curso.

O trecho nacional da hidrovia Paraguai foi priorizado no Plano Geral de Outorgas (PGO), podendo ser transformado em concessão nos próximos anos. Considerando o preço médio do minério atualmente, o BNDES estima que o projeto financiado adicione cerca de R$ 4 bilhões às exportações do Brasil, que é um dos maiores exportadores do minério de ferro do mundo.

Além do aumento da capacidade de escoamento da extração de minério em, no mínimo, 5,9 milhões de toneladas por ano, o projeto deve reduzir significativamente as emissões de gases do efeito estufa com a adoção do modelo hidroviário. O investimento representa um incremento de 16% da frota nacional de transporte de carga para navegação interior. O BNDES também destacou que o financiamento também viabiliza a construção destas embarcações no Brasil, em meio à forte concorrência internacional.

“O projeto possibilita um aumento da capacidade do transporte de minérios por meio de um modal eficiente e de baixa emissão relativa de gases do efeito estufa. Além disso, a logística eficiente para o escoamento é fundamental para manter os custos competitivos e garantir a entrega em grandes volumes”, afirmou a diretora de infraestrutura, transição energética e mudança climática do BNDES, Luciana Costa.

Fonte: Revista Portos e Navios