Desembolsos serão bem superiores aos R$ 3,3 bi do ano passado. Somente para os grandes projetos hídricos, aportes devem aumentar até 20%.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima desembolsos entre R$ 4 bilhões e R$ 4,5 bilhões para empreendimentos de energias alternativas este ano. Em 2011, os aportes para o setor somaram R$ 3,3 bilhões, disse ontem o chefe do departamento de Energias Alternativas do banco de fomento, Antonio Carlos Tovar.
Estamos trabalhando na casa de R$ 4 bilhões a R$ 4,5 bilhões em desembolsos e talvez uma aprovação um pouco maior, disse Tovar após participar de seminário sobre financiamento para o setor elétrico.
Para todo o setor de infraestrutura, a perspectiva do banco é de aumento entre 20% e 25% no total de montantes a serem liberados este ano. Somente para grandes projetos hídricos, Tovar estima que os desembolsos devem aumentar de 15% a 20%. Segundo o executivo, o setor termelétrico a gás também deve crescer nos próximos anos, mas condicionado à disponibilidade de gás natural.
No segmento de energia eólica, o chefe do departamento de Energias Alternativas reiterou que a maioria dos projetos tem obtido alavancagem entre 60% e 65%, sem alcançar o teto de 80% que o BNDES permite. O fluxo de caixa do projeto muitas vezes não comporta alavancagem acima de 65%, justificou Tovar ao explicar que esta é uma das consequências dos preços excessivamente competitivos praticados nos contratos dos leilões.
INFRAESTRUTURA. O BNDES também prevê a concessão de R$ 23,4 bilhões em empréstimos para projetos de infraestrutura este ano, volume 25% maior do que o registrado no ano passado, quando foram liberados um total de R$ 18,7 bilhões para o segmento. Em 2011, pela primeira vez nós emprestamos mais para infraestrutura do que para a indústria. Dado o portfólio de projetos que temos, nós acreditamos que isso deve se repetir nos próximos anos, disse Tovar.
O BNDES, que concede mais créditos do que o Banco Mundial, tem sido uma importante instituição de fomento para o setor privado no Brasil. Sobretudo, no momento em que o governo brasileiro passou a dar mais ênfase a projetos de infraestrutura, na tentativa de remover gargalos para o crescimento econômico, e ajudar a preparar o País para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.