unitri

Filtrar Por:

< Voltar

Clippings - 07/08/25

BNDES lançará chamada pública de R$ 5 bi para investimentos em tecnologias baseadas na natureza e energia

– O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai lançar em agosto uma chamada púbica para alocar R$ 5 bilhões em investimentos a serem feitos por gestoras em empresas de novas tecnologias para energia e em soluções baseadas na natureza.

Segundo a diretora de infraestrutura, transição energética e mudança climática do BNDES, Luciana Costa, o papel do banco no passado era de incentivar com financiamentos os projetos de grandes hidrelétricas e linhas de transmissão, além de contribuir com a escalada das renováveis, eólicas e solares.

Agora, afirmou, o banco passou a olhar para novas tecnologias, como hidrogênio verde, biometano, diesel verde. Alguns desses projetos, salientou, podem não ser economicamente viáveis no momento, mas podem ser tornar no futuro quando forem escalados.

“Queremos fazer o que fizemos no passado, com outras fontes”, disse Costa, ao participar do evento Diálogos RJ – Transição Energética, realizado pelo jornal “O Globo”.

A diretora do BNDES salientou que existem mapeados US$ 22 bilhões de projetos verdes, como biofertilizantes, reflorestamento e restauração de áreas e minerais críticos, ao mesmo tempo que ainda haverá uma relevante demanda global por petróleo, gás natural e carvão nos próximos anos.

Diante disso, avalia, é importante avançar na meta de zerar desmatamento e descarbonizar a indústria e o setor elétrico. Costa ressaltou que as maiores fontes de emissão de gases de efeito estufa são oriundas de desmatamento e que a derrubada de vegetação não tem viés econômico, mas está associada ao crime organizado.

Costa afirmou que o país possui 100 milhões de hectares de áreas degradadas. “Sem zerar desmatamento nem fazer restauração, podemos fazer o que quiser, mas não bastará”, afirmou.

O coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), professor Nivalde de Castro, salientou a importância do Rio de Janeiro como um Estado estratégico para a realização da transição energética, mesmo sendo o principal produtor de petróleo e gás do Brasil.

De acordo com ele, o Rio abriga instituições decisórias importantes, como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), bem como sedes de grandes empresas de energia que atuam na transição energética.

“Temos que trazer para o Rio o conceito de que o Estado pode ser a capital da transição energética”, disse Castro.

Para o professor, o momento abriu oportunidades para soluções em armazenamento de energia. Sistemas baseados em baterias são uma alternativa imediata para o atual contexto, no qual a oferta de energia é superior à demanda, que exige cortes na produção em determinados momentos do dia.

Mas a nova onda, avalia, será a das hidrelétricas reversíveis, cuja geração é baseada em sistemas de bombeamento de água entre reservatórios localizados em diferentes altitudes, numa espécie de circuito fechado.

“Precisamos hoje de baterias. Cortar energia é cortar receita das empresas”, atestou.

Rafael Palhares, diretor de desenvolvimento de negócios da Ocean Winds no Brasil e na América do Sul, afirmou que espera para este ano, ou 2026, uma decisão do governo pela edição de definições de acesso a áreas marinhas para estudos de potencial de geração eólica.

No Rio de Janeiro, há 15 projetos de eólicas offshore que somam potência da ordem de 30 gigawatts (GW), disse. “Alguns projetos não evoluíram como desenvolvedores esperavam porque o marco legal ainda não está aprovado”, apontou.

Fonte: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2025/08/05/bndes-lancara-chamada-publica-de-r-5-bi-para-investimentos-em-tecnologias-baseadas-na-natureza-e-energia.ghtml