A petroleira estatal boliviana YPFB espera conseguir a renovação do contrato de suprimento de gás com o Brasil – que vencerá em 2019 – e diz que fez recentes descobertas e ampliou a produção em volume suficiente para suprir o Brasil e a Argentina simultaneamente.
O presidente da subsidiária YPFB Transporte, Christian Inchauste, disse à reportagem que a companhia descobriu um megacampo de gás ao sul da província de Santa Cruz {a mais rica do país) com reservas de 3 TCFs (84,8 bilhões de metros cúbicos), batizado de Aquio.
O executivo veio ao Brasil representar a YPFB no congresso Gas Summit, que acontece no Rio, e anunciar ao mercado brasileiro a descoberta. O campo é uma associação entre a estatal, a francesa Total e a Tecpetrol (do grupo argentino Techint). A previsão é iniciar a produção daqui a dois anos.
Os investimentos necessários para desenvolver a reserva são de US$ 1 bilhão.
Segundo Inchauste, a Bolívia é um “provedor confiável e competitivo (em termos de preço) de gás ao Brasil. Entre especialistas, havia a dúvida se o país andino seria capaz de cumprir o contrato com Brasil e Argentina.
No ano passado, a Bolívia exportou 7,7 milhões de metros cúbicos de gás por dia à Argentina, mas o contrato prevê a venda de até 27,7 milhões. O volumes de gás entregue à Argentina, diz, serão crescentes até 2020, e a nova descoberta e o crescimento da produção neste ano asseguram o suprimento ao país.
Em janeiro, a estatal boliviana começou a produzir mais 1,5 milhão de metros cúbicos/dia de gás no campo de Itaú (associação com Petrobras e Total). Já o campo de Margarita (YPFB e Repsol) está entrando em operação, com produção de 3 milhões de barris/dia.