O Presidente da petroleira britânica BP no Brasil, Guillermo Quintero, disse à Folha que a empresa tem interesse em participar da 11ª rodada de licitação da ANP (Agência Nacional do Petróleo), em setembro, e dos futuros leilões do pré-sal sob o novo regime exploratório de partilha de produção.
A BP obteve nesta terça-feira a aprovação da ANP para compra dos ativos da norte-americana Devon no Brasil, que estava sob análise desde junho do ano passado. O negócio custou US$ 3,2 bilhões à BP.
Quintero disse que os ativos da Devon são “uma plataforma para o crescimento” da companhia no país, onde estão algumas das “mais importantes bacias sedimentares [de exploração de petróleo] do mundo”.
A BP não atuava na área de exploração e produção de petróleo e gás no Brasil.
O executivo citou ainda a aquisição de três usinas de açúcar e álcool da CNAA (Companhia Nacional de Açúcar e Álcool) neste, por US$ 700 milhões, como demonstração “do grande interesse” da empresa no país.
Para o Presidente da BP, a imposição do novo modelo do pré-sal de outras petroleiras terem de se associar à Petrobras para explorar os campos não licitados e a exclusividade da estatal como operadora (líder e responsável pelo gerenciamento dos campos) não são um problema –como apontam outras empresas do setor. “Ao contrário, queremos ser sócios da Petrobras.”
Segundo o executivo, as duas companhias já possuem um acordo de cooperação na área de segurança.
ACIDENTE
Quintero afirmou ainda que, após o acidente da companhia no Golfo do México, a BP passou a ser “muito mais rigorosa” com a questão e hoje avalia melhor os riscos de suas operações.
O acidente resultou na morte de 11 pessoas e no maior derramamento de óleo da história dos EUA.
De acordo com o executivo, o Brasil foi o primeiro país com o qual a BP compartilhou informações sobre segurança em extração de petróleo em águas profundas e o “aprendizado” gerado com o acidente.